Ao tomar posse do cargo de conselheiro da Anatel, o consultor do Senado Igor Vilas Boas fez uma constatação que nenhum dos outros quatro colegas dirigentes da agência haviam tido a coragem de fazer, ao menos em público: a Anatel, aos olhos da sociedade, não é confiável. "A gente tem que ampliar a percepção para o governo, para os consumidores, de que a agência é um órgão confiável sobre o setor de telecomunicações", disse ele.
A crítica do novo conselheiro foi feita após ele ter mencionado que a Anatel "tem um papel importante a desempenhar na regulação da Internet". Para Igor Vilas Boas, a Anatel precisa ter informações "confiáveis, críveis, legítimas", para que as decisões no Congresso Nacional e no plano internacional possam ter a participação da agência". O novo conselheiro não mencionou o fato, mas é grande o constrangimento na Anatel pelo fato de a agência ter sido excluída dos debates sobre a regulação e a governança da Internet por parte do Executivo, em parte porque prevaleceu junto ao governo a imagem de que a agência defende apenas o lado das empresas de telecomunicações.
Segundo o novo conselheiro, a Anatel recolhe muitos dados, mas precisa trabalhar na organização dessas informações. "Essa coleta objetiva de dados precisa se estender para entender o comportamento do consumidor, as suas insatisfação, para se relacionar com o governo e ser fonte primária, crível e legítima de informações em relação aos serviços de telecom".
Ainda no campo das informações de que a agência dispõe, Igor Vilas Boas disse que vai trabalhar para desenvolver uma metodologia de "avaliação de desempenho setorial", para que os indicadores divulgados pela Anatel sejam recebidos pela sociedade com credibilidade.