Publicidade ganha relevância no vídeo online e TV paga tende a se estabilizar

María Rúa Aguete, diretora sênior de pesquisa em Mídia & Entretenimento da britânica OMDIA no Conecta Fiction 2024

A publicidade terá papel cada vez mais importante no mercado de entretenimento. Em 2024, o mercado de entretenimento de mídia atingirá uma receita de US$ 1 trilhão, disse María Rúa Aguete, diretora sênior de pesquisa em Mídia & Entretenimento da britânica OMDIA. De acordo com ela, a publicidade é uma nova injeção de recursos no vídeo online, que segue crescendo, mas isso não significa que a receita com assinaturas esteja em queda, mesmo considerando a TV por assinatura

Aguete falou nesta quarta, 19, no Conecta Fiction & Entertainment, evento que acontece nesta semana em Toledo, Espanha, com apoio de mídia de TELA VIVA. A maior parte dessas receitas vem de vídeos, incluindo televisão e streaming, seguido por jogos.

Se, em um primeiro momento, esse crescimento da base de streaming se deu parcialmente em detrimento da TV por assinatura, essa migração de assinantes já está no passado em nível global. Os dados da OMDIA apontam uma estabilização na receita anual global da TV por assinatura tradicional próxima de US$ 175 bilhões ao ano, com uma base global também estável levemente acima de 1 bilhão.

Já a base de assinantes dos serviços de streaming por assinatura (SVOD) passará dos 2 bilhões em 2029, enquanto a receita exclusivamente com assinaturas deve se equiparar à da TV por assinatura.

Fast

María Rúa Aguete destaca que parte da publicidade em vídeo está indo para os canais Fast (Free Ad Supported Streaming TV) e um sinal do crescimento de sua relevância é a estratégia de todos os grandes grupos de mídia, que seguem lançando novos canais para as plataformas Fast como as dos fabricante Samsung, LG e Roku, bem como na Pluto.

De acordo com os dados apresentados por ela, o consumo de canais Fast já ultrapassou a TV por assinatura nos Estados Unidos e no Brasil, os dois mercado mais desenvolvidos para esta modalidade. Enquanto 60% dos consumidores de vídeo acessam canais Fast nos Estados Unidos, 47% o fazem no Brasil.

O volume média de canais Fast lançados nos países gira em torno de 500, sendo mais de 600 no Reino Unido e mais de 400 na Espanha, por exemplo. Já nos Estados Unidos, o mercado mais maduro para este tipo de plataforma streaming, são mais de 2 mil canais. De acordo com Aguete, o volume de canais disponíveis nos EUA não é saudável para o mercado. Ela prevê um movimento de concentração.

Para a executivo, a estratégia dos grupos tradicionais de mídia de investir em lançamentos Fast é acertada, uma vez que a hegemonia das gigantes da Internet não chegou a estes dispositivos. No mercado global excluindo a China, a participação do Google, Amazon, Meta e Apple no bolo publicitário online soma 64%. No recorte das TVs conectadas, esse número cai para 40%, deixando mais espaço para outras empresas.

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