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Abrint apresenta a senadores eleitos plano para levar fibra ao interior do País

A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) entregou ao senador eleito Antônio Anastasia (PSDB-MG) o levantamento que demonstra a viabilidade do investimento em redes de fibras óticas no interior do País.

Na carta de apresentação, a entidade ressalta que os empresários do setor reivindicam acesso a linhas de financiamento e não recursos do orçamento da União. O estudo foi apresentado recentemente ao Ministério das Comunicações e, no primeiro turno das eleições, foi entregue à candidata Marina Silva (PSB) e à coordenação das campanhas de Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

A proposta da Abrint consiste no planejamento de investimento em redes de fibra ótica em 1,2 mil municípios brasileiros. Segundo o diretor técnico da entidade, Marcelo Corradini, esse número equivale ao cruzamento de dados de cidades menores, que geralmente não recebem atenção dos grandes grupos, com a demanda por conexão e pacotes triple play, já que os locais contam com economia forte o suficiente. “Tudo é uma questão do poder aquisitivo de quem vai atender”, disse ele nesta segunda-feira, 20, quando esteve em seminário promovido pela agência nacional de comércio exterior e investimento da Coreia do Sul (Kotra), em São Paulo. “As operadoras não investem em cidades com menos de 100 mil habitantes”, declara. A Abrint diz que 22% do mercado nacional é atendido por pequenos provedores de Internet (ISPs), que atuam em 5.565 municípios.

Os empresários deste setor reivindicam acesso a linhas de financiamento em condições equânimes às aplicadas para as grandes operadoras, como a proposta de equivaler o preço da cobrança pelo uso de poste. “As grandes operadoras pagam R$ 0,12/mês/poste, enquanto os pequenos provedores pagam R$ 12”, compara Corradini, dizendo que propõe apenas que se cobre o mesmo para todos, e não necessariamente uma redução de preço.

Outro problema é com o acesso às linhas de crédito. O diretor técnico da Abrint reclama que para conseguir comprar fibra pelo BNDES, há burocracia exagerada. Até pelo tamanho dos negócios: 78% dos pequenos ISPs são pequenas empresas, cadastradas no Simples Nacional, de acordo com dados da associação. “Brigamos e conseguimos o Finame para fibra, mas agora preciso dar dois carros e cinco casas como garantia”, esbraveja.

O levantamento da Abrint concluiu que são necessários R$ 9 bilhões para implantar redes de fibra para atender 20 milhões de pessoas em todas as regiões do País. Segundo a entidade, a demanda pela infraestrutura ótica passará de 4 milhões de km em 2013 para de 5,5 a 5,8 milhões de km neste ano. “Entre provedor regional, a maioria tem acesso por rádio, e isso tem que mudar, o público exige triple-play”, declara Corradini. “Tem uma demanda enorme de infraestrutura e a velocidade exigida, e o caminho óbvio é a fibra.”

"Só nós podemos oferecer ao País a capilaridade da Internet que é necessária para levar desenvolvimento econômico, conhecimento e cidadania para todos", afirma Erich Rodrigues, um dos diretores da associação.

Na próxima quarta-feira, 22, o documento será entregue à senadora eleita Fátima Bezerra (PT-RN), em Natal.

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