O canal Eurochannel usou as redes sociais para divulgar uma carta aberta direcionada aos presidentes da Ancine e Anatel, Manoe Rangel e João Batista de Rezende, respectivamente, sobre a dificuldade em permanecer nos lineups das operadoras. O presidente do canal, Gustavo Vainstein, afirma na carta, assinada por ele, que as operadoras dizem que, mesmo o Eurochannel respeitando as normas da Lei 12.485/11 "devem parar de oferecê-lo para poder adicionar novos canais brasileiros".
"A consequência imediata da aplicação das novas normas, tal como é apresentada pelas operadoras é a remoção de um canal como o Eurochannel, que há 20 anos oferece uma alternativa para a produção dominante norte-americana no mundo", completa.
Veja a carta na íntegra:
Prezados Senhores
Escrevo-lhes esta carta aberta, porque foram enviadas várias cartas no dia 14/3/2013 e ainda não recebemos resposta .
Como foi explicado e informado nas nossas cartas, a presença do Eurochannel está em perigo, já que as operadoras nos dizem que apesar de que o Eurochannel respeite as normas da lei 12.485 devem parar de oferecê-lo para poder adicionar novos canais brasileiros.
Provavelmente, sua intenção tem sido permitir à rica criação brasileira expressar-se melhor e ter maior acesso ao público nacional, limitando o poder dos grandes grupos nacionais e internacionais.
Mas, a consequência imediata da aplicação das novas normas, tal como é apresentada pelas operadoras é a remoção de um canal como o Eurochannel, que há 20 anos oferece uma alternativa para a produção dominante norte-americana no mundo.
Se perseveramos esta ação é porque milhares de telespectadores nos escreveram, manifestando seu apoio e pedindo-nos para insistir em continuar com nossa programação. Estamos convencidos de que esta situação que beira o absurdo pode ser corrigida e não nos ausente da emissão.
Talvez, a partir de um ponto de vista puramente legal os senhores considerem que o assunto é apenas uma questão de discussão entre empresas privadas. Mas, como a nova legislação criou uma situação nova, e como sabemos que os senhores são fortes defensores do multiculturalismo no Brasil, pedimos-lhes para intervir e conseguir uma solução que permita a continuidade do Eurochannel, um canal nascido no Brasil, que admirado em diversos países.
Atenciosamente,
Gustavo Vainstein
Presidente do Eurochannel