Sérgio Duque Estrada, da SDE Consultoria, apresentou durante o seminário algumas das diretrizes da BNDESPAR para o financiamento a empresas. Esta subsidiária do banco estatal de desenvolvimento participa com até 30% do capital de empresas em crescimento, com vendas projetadas de até R$ 100 milhões anuais. Esta sociedade pode se dar através da subscrição de debêntures conversíveis ou de valores mobiliários. Caso a empresa queira resgatar antecipadamente as suas ações ou títulos, deve pagar uma multa de 20% sobre o valor aportado, a não ser que o BNDESPAR também concorde com a antecipação e participe, junto ao controlador, da venda. Segundo Duque Estrada, a diferença entre a BNDESPAR e os fundos de private equity é que o órgão estatal não quer controle da empresa, aceita empresas de valor médio ou pequeno e elege seus investimentos de acordo com fatores macroeconômicos, incentivando o desenvolvimento do país. Roberto Waddington, diretor financeiro e de relações com o mercado, falou durante sua apresentação no seminário que encontrar financiamento no BNDES é "mais difícil que passar no vestibular de medicina da USP, com mil candidatos e dez vagas". A comparação tem uma certa razão: as etapas de qualificação de uma empresa duram de 90 a 120 dias. E, embora a BNDESPAR não tenha uma linha específica para o setor de TV por assinatura – e também não privilegie qualquer setor – os candidatos devem se enquadrar em uma série de requisitos para entrar em sociedade com o banco. As condições básicas são: qualidade e experiência; taxa de crescimento projetada; nível de geração de emprego; presença de inovações tecnológicas; e impacto na balança comercial. Muitas destas condições são difíceis de se encontrar em uma operadora estreante de TV por assinatura.