Ancine lança edital de coprodução com o México

A Ancine e o BRDE abriram nesta quinta-feira, 31 de agosto, as inscrições para o edital de coprodução Brasil-México, lançado em parceria com o Imcine – Instituto Mexicano de Cinematografia, no México. No total estão previstos investimentos equivalentes a US$ 300 mil em dois projetos de longa-metragem de ficção, documentário ou animação.

Segundo a assessora internacional da Ancine, Ana Julia Cury, iniciativa é uma antiga demanda do setor de produção e vem sendo negociada com o México há três anos.

Embora não haja um acordo de coprodução entre os dois países, ambos são signatários do acordo de coprodução latino americano.

"Firmamos um protocolo de cooperação cinematográfica com o México em 2015, através do Imcine. Foi a primeira concretização do movimento de aproximação entre as duas entidades. O protocolo já trazia a intenção dos dois ?gãos de se juntarem na promoção dessa aproximação entre produtores e cineastas dos dois países", explica Cury.

No Brasil concorrem os projetos apresentados por produtoras brasileiras que participem na condição de coprodutoras minoritárias. Os projetos com participação majoritária brasileira devem ser apresentados por seus parceiros mexicanos ao edital lançado simultaneamente pelo Imcine, no México. As inscrições para a Chamada Pública Prodecine 12/2017 – Coprodução México-Brasil devem ser realizadas pelo Sistema do FSA até as 18h do dia 15 de dezembro.

O coprodutor minoritário brasileiro vencedor do edital receberá, em reais, um valor equivalente a US$ 150 mil, visando à contratação de operações financeiras, exclusivamente, na forma de investimento. O mesmo valor será investido pelo Imcine em um projeto apresentado por coprodutor minoritário mexicano no concurso nos mesmos moldes, realizado no México.

"O México é o maior mercado de cinema da América Latina, com um parque exibidor maior que o nosso. Como mercado, interessa alcançar e é um lugar onde chegamos muito pouco", diz a assessora da Ancine.

Veja aqui a página da Chamada Pública Prodecine 12/2017 – Coprodução México-Brasil.

Novos acordos

O edital de coprodução com o México se junta a uma série de Chamadas Públicas do Programa Brasil de Todas as Telas lançadas em parceria com institutos cinematográficos de Portugal, Chile, Argentina e Uruguai. Para o mês de outubro está previsto o lançamento da Chamada em parceria com a Direzione Generale per Il Cinema, da Itália, que também terá sua primeira edição em 2017.

Além dos editais binacionais de coprodução internacional, o Programa Brasil de Todas as Telas opera também a Chamada Pública Prodecine 6 – Coprodução América Latina, que desde maio de 2015 funciona na modalidade de fluxo contínuo, oferecendo apoio a projetos minoritários brasileiros em parceria com 19 países latino-americanos.

"Entendemos que conseguimos construir um caminho mais fácil de entrar nos países através das coproduções. É impressionante como as coproduções têm mostrado que a língua é uma barreira bem menos importante do que se pensa", explica a assessora internacional da Ancine.

Segundo ela, as coproduções fomentam uma troca que ajuda também a formar técnicos e artistas e – mesmo quando o coprodutor brasileiro é minoritário no projeto – o Brasil se vê representado em importantes eventos internacionais. No Festival de Veneza, por exemplo, estão duas coproduções com participação minoritária brasileira: "Invisible", de Pablo Giorgelli, coprodução Argentina-Brasil-Uruguai-Alemanha (Punta Colorada de Cinema é a coprodutora brasileira), e "Zama", de Lucrécia Martel, coprodução Argentina-Brasil (Bananeira Filmes).

Segundo Ana Julia Cury, a Ancine tem planos de fazer os editais também para coproduções internacionais em TV. "Há um rubrica já aprovada no plano de licenciamento do Fundo Setorial do Audiovisual. Também já há algumas negociações em andamento com países parceiros", finaliza.

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