Cópia restaurada em 4K de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" será exibida no Festival de Cannes

"Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, é uma obra clássica do cinema brasileiro

Em 2019, após anos de um mergulho profundo na história do cinema brasileiro, o produtor Lino Meireles se uniu à diretora Paloma Rocha, filha de Glauber Rocha, para restaurar em versão 4K uma das principais obras do cinema brasileiro: "Deus e o Diabo na Terra do Sol". O projeto foi finalizado em 2022, mais de 40 anos depois da morte do realizador baiano. O longa-metragem foi selecionado para o 75º Festival de Cannes (17 a 28 de maio) e será exibido na seção Cannes Classics, dedicada a filmes clássicos e à preservação do patrimônio cinematográfico mundial.

Segundo longa-metragem de Glauber Rocha, considerado um marco do Cinema Novo, "Deus e o Diabo na Terra do Sol" estreou mundialmente na competição do mesmo festival, em 1964, sendo indicado à Palma de Ouro. O filme foi lançado nos cinemas do Brasil em julho do mesmo ano. O legado do diretor inclui longas-metragens como "Barravento" (1962), "Terra em Transe" (1967), "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1969), "O Leão de Sete Cabeças" (1970), entre outros.

"É um ciclo completo para a nossa restauração, onde o filme será reexibido pela primeira vez no mesmo local em que estreou. Que seja um novo chamado de resistência cultural", afirma o produtor Lino Meireles, diretor do premiado longa-metragem "Candango: Memórias do Festival". "Num país com a cultura tão depreciada, com a produção artística sofrendo ataques, fizemos um esforço de contracorrente. Isso só é possível porque o filme tem a força própria dele", explica a diretora Paloma Rocha.

A escolha pela obra foi feita não apenas por sua importância para a cultura nacional, mas pelo fato de sua última versão digitalizada ter sido feita em 2002, com qualidade inferior à atual. O novo restauro foi realizado na Cinecolor, empresa parceira da Cinemateca Brasileira, onde estava armazenada a cópia em película – cinco latas de negativos 35mm em perfeitas condições. Apesar disso, parte da obra de Glauber foi perdida no incêndio que atingiu um dos galpões da Cinemateca, em São Paulo, em julho de 2021.

Equipe de Restauração:
Direção – Paloma Rocha
Produção – Lino Meireles
Direção de Fotografia – Luís Abramo
Consultoria Técnica de Restauro de Imagem e Som – Rodrigo Mercês
Restauração Sonora – Estúdio JLS
Técnicos – José Luiz Sasso, ABC; Toco Cerqueira, Daniel Sasso
Restauração de Imagem – Cinecolor Digital
Diretor Geral – David Trejo
Gerente Operacional – Cláudio Avino
Coordenação de Pós Produção – Ana Camargo, Beatriz Piloto, Luís Totem
Supervisão de Restauro – Cesar Tuma, Renato Merlino
Restauradores – Carllos Alves, Carlos Campos, José Mercindo, Paulo, Vinicius Calheiros
Colorista – Rogério Moraes
Composição – Ailton Piuí, Renato Merlino
Masterização – Carllos Alves
Legendas — Punto y Coma Traduções
Trailer e Teaser – VFBH Produções LTDA

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