EUA recebe evento sobre cinema indígena no Brasil e América do Norte em tempos de violência e repressão

Cineasta Sueli Maxakali (Foto: Reprodução/ Itaú Cultural)

Nesta quarta-feira, dia 3 de maio, das 14h30 às 20h30, o Brooklyn College (The Buchwald Theatre at the Tow Center for the Performing Arts) sediará exibições, sessões de perguntas e respostas e mesas-redondas com filmes indígenas brasileiros e nativos norte-americanos em um evento chamado "(Re) Exist in the Present, Imagine the Future – Indigenous Cinemas in Brazil and the US in Times of Extreme Violence." A premiada cineasta Sueli Maxakali, do povo Maxakali, da região de Minas Gerais, apresentará seu filme "N?h? Yãg M? Yõg Hãm: Esta Terra é Nossa Terra!" e participar de um painel de discussão com acadêmicos. Além disso, uma programação de curtas-metragens dirigidos e codirigidos por mulheres indígenas abordará o papel do cinema indígena na criação de espaços de (re)existência em tempos de extrema violência e repressão.

O evento destaca a ligação desses filmes com o meio ambiente e a proteção da terra, expondo as ameaças sofridas pelos povos indígenas, especialmente durante o último governo do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil. Em quatro anos, o desmatamento dentro dos territórios indígenas aumentou 138%, as proteções ambientais enfraqueceram e a invasão de áreas indígenas por grileiros, madeireiros ilegais e garimpeiros aumentou 137%. Tais políticas levaram à crise humanitária Yanomami, que está sendo notícia em todo o mundo.

Os cinemas indígenas se opõem diametralmente à destruição. São cinemas de antigas minorias que passaram por mudanças constantes, sofreram ameaças permanentes e lutaram para resistir, existir, preservar e transformar. Essas produções criam novos imaginários por meio de narrativas que invocam a beleza e a força, enfatizando as lutas pelo direito à terra e territórios ancestrais, resgatando e mantendo rituais e preservando narrativas míticas.

"O cinema tem sido uma importante ferramenta de resistência entre as populações indígenas no Brasil e hoje é um campo consolidado. Os filmes indígenas são tradicionalmente concebidos e produzidos pelos próprios nativos para ecoar suas vozes e contar sua própria cultura, sua conexão ancestral com sua terra e os desafios conflituosos e às vezes mortais que enfrentam na preservação de seus modos de vida e da floresta", diz Fernanda Faya, uma das organizadoras do evento.

O encontro é liderado pelo Departamento de Cinema do Brooklyn College e co-patrocinado pela Escola de Artes Visuais, Mídia e Artes Cênicas do Brooklyn College, pelo Programa de Estudos de Mulheres e Gênero, pelo CUNY Graduate Center e pelo NYU Center for Media Culture and History. Conta também com o patrocínio do Consulado-Geral do Brasil em Nova York e do Instituto Guimarães Rosa.

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