Discovery amplia distribuição em TV aberta e online

O presidente da Discovery, David Zaslav, falou a jornalistas nesta quinta, 2, em Paris, sobre a estratégia do grupo de ampliar seus canais de distribuição, tanto pela presença online com apps e websites, quanto com a aquisição de redes de TV aberta pelo mundo.

Além do canal esportivo Eurosports, adquirido no ano passado, e de outros canais abertos que já mantinha, o grupo comprou um canal aberto na Espanha, o DKiss, e fez na última semana a aquisição de 27,5% da rede Mega, um broadcaster líder no Chile.

"Estamos em busca de share. Se os mercados não crescem, a única forma de crescer é ampliando nossa participação, e para isso estaremos em todos os meios", conta Zaslav. Ele descarta a compra de emissoras abertas no Brasil.

OTT

No que diz respeito ao mundo on-line a Discovery conta hoje com vários aplicativos, inclusive do próprio Eurosports, que tem uma série de serviços diretos ao consumidor (B2C). "No caso do Eurosports, é uma espécie de Netflix dos esportes", diz Zaslav. Ele conta que a plataforma tradicional de TV cobre os custos de produção, o que garante que o over-the-top traga margens significativas.

"Há dez anos", conta, "pensávamos apenas nos canais. Hoje pensamos em propriedades intelectuais. 90% do business ainda vem dos canais, mas temos uma biblioteca enorme em HD, 4k… Nos Estados Unidos já começamos com serviços B2C", diz Zaslav. "A estratégia é nos tornarmos cada vez mais uma empresa de conteúdo, de IPs (propriedade intelectual)."

Brasil

No Brasil, além dos sites dos canais, a Discovery lançou no final do ano passado o app do Discovery Kids. "Não fazemos muita divulgação deste aplicativo, estamos ainda testando", conta Henry Martinez, presidente dos canais Discovery para a América Latina. O app traz diversos serviços gratuitos e abertos a todos os consumidores, como games, mas o conteúdo em vídeo ainda é restrito aos assinantes das operadoras.

Zaslav diz que vê ainda muito potencial na região, apesar da situação econômica desfavorável. "A penetração de TV paga no Brasil ainda é muito baixa, há espaço para crescer", diz o executivo. Ele ressalta também o crescimento das audiências e da publicidade no meio TV paga no país.

Os mercados internacionais são mais importantes para as receitas do grupo do que o americano, e também vêm crescendo mais. A questão do câmbio, com o dólar valorizado, representou uma queda de receitas para o grupo, mas também gerou oportunidades. "Investimos mais no mercado internacional, aproveitando o câmbio a nosso favor. Agora que as moedas se estabilizaram, ficamos bem posicionados e a competição ficou menor", conta.

VR

Zaslav e Perrete falaram ainda das iniciativas do grupo em VR (realidade virtual). O Eurosports tem produzido bastante conteúdo na plataforma, que é vista no entanto como algo ainda experimental. Os investimentos, dizem, estão na casa das centenas de milhares de dólares, mas não de milhões. "Funciona melhor com alguns esportes do que com outros. Não imaginamos que isso seja um dia 100% da audiência, mas atende a uma parte do público, especialmente os millenials, que talvez nem consumissem estes conteúdos na TV", diz o executivo.

1 COMENTÁRIO

  1. Já passou da hora de a nossa Constituição ser alterada, para que se permita a entrada de canais estrangeiros na tv aberta*

    A nossa tv aberta hoje, exceto Globo e SBT (além das públicas), se resumem apenas a telepastores e televendas.

    * respeitando, obviamente, as obrigações de: recursos humanos 100% de brasileiros, programação com idioma principal em português.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui