Israelense Armoza já vendeu 12 formatos no Brasil

Embora ainda jovem, a indústria de televisão israelense tem se destacado pela criatividade na concepção de novos formatos, alguns com custos bem baixos, e conseguido um espaço significativo no mercado internacional nos últimos anos, inclusive no Brasil.

Criadora da série "Hatufim: Prisioners of War", que deu origem à aclamada norte-americana "Homeland", a produtora Armoza Formats chegou por aqui ainda em 2012 com o licenciamento do seu programa "Still Standing" para a Band, onde ganhou o nome de "Quem fica de Pé". "À época o licenciamento das primeiras três temporadas tinha sido feito pela NBCUniversal, que tinha comprado os direitos também para a América Latina. Mas agora temos um brasileiro baseado em Israel que lida com todas as vendas para o mercado aqui, falando português, e nossos negócios aumentaram 'centenas por cento'", comemora o COO da Armoza, Amos Neumann, que participou nesta quarta, 4, do primeiro dia do Fórum Brasil de Televisão, em São Paulo.

A Armoza também licenciou o "Entrega pra Você" ("The Package") para o SBT e o "Eu posso fazer isso" ("I Can do That") para a Record. "Temos mais nove produções em andamento, sendo adaptadas para o mercado brasileiro. E não são apenas game shows, temos dramas (séries de ficção) sendo adaptados também, inclusive com uma nova emissora de TV", revelou Neumann, sem abrir, contudo, o nome da emissora, dizendo apenas que não era nenhuma das três com quem já tem negócios.

É interessante notar que parte do sucesso das produtoras de TV de Israel no mercado internacional pode ser atribuída às exigências regulatórias de cotas de conteúdo daquele país. Naumann explica que as emissoras de TV aberta, por exemplo, precisam dedicar 80% das horas da grade à produção nacional e as operadoras de TV a cabo ou via satélite têm de reverter 8% de suas receitas (com assinatura, porque não podem vender publicidade) à produção local. E 65% de tudo o que é produzido nacionalmente, precisa ser feito com produtoras independentes.

"A indústria é muito nova – a TV comercial começou em 98 – e o mercado é pequeno, competitivo e com orçamentos limitados. Precisamos ser inteligentes, contando histórias boas e baratas, para sermos competitivos", conta. Apenas para efeito de comparação, o executivo cita que um episódio da série "Hostages", filmada nos Estados Unidos custa 33 vezes mais do que o episódio da original filmada em Israel.

Não existe financiamento público para produção, então, explica Neumann, a estratégia da produtora é financiar com seu próprio dinheiro o piloto de uma série nova e a emissora ou o canal que o licenciar é que fica responsável pelo financiamento total da produção. "Há um valor em correr riscos. Financiamos o piloto e é como uma roleta russa, nunca sabemos quantos projetos irão morrer ou quantos vão prosperar. Mas correndo riscos, eventualmente seremos líderes de mercado. Se não, ficaremos na mesmice de uma TV de 15 anos atrás", pontua.

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