Em painel durante o congresso da ABTA, Steven Lewine, do banco Chase, mostrou que a previsão de demanda feita há alguns anos para o setor de TV paga estavam corretas, mas que houve obstáculos ao seu crescimento. Entre eles está a presença de uma TV aberta de boa qualidade e o overbuilding, que pelos seus cálculos custou ao mercado cerca de US$ 1 bilhão. Além disso, ao contrário do que acontece na telefonia, os grandes investidores dos EUA não entraram na TV paga no Brasil. Isto se deve, segundo ele, à incerteza regulatória, à concentração de renda e aos custos muito altos de programação, aos impostos (inclusive encargos trabalhistas) e ao risco Brasil. Ainda durante o painel, Lewine mostrou como funciona o modelo americano, no qual as empresas se agrupam e criam clusters de operações e começam a usar a convergência de serviços como fonte de receita. Segundo ele, o modelo é adequado ao Brasil, pois a clusterização aumenta a capacidade financeira e de negociação das MSOs. Além disso, a convergência abre um novo mercado para as operadoras, que passam a competir pelos assinantes das teles e dos provedores de Internet. Um exemplo deste novo modelo foi dado por Chris Torto, da Horizon, durante os debates. A nova MSO está montando seu cluster no interior de São Paulo com uma rede bidirecional de 870 MHz, pronta para oferecer serviços de valor adicionado.