A HBO e a Santa Rita Filmes se posicionaram publicamente em relação a uma fala do diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, durante o RioContentMarket, na semana passada.
Questionado sobre atrasos na liberação de projetos pela agência, Rangel atribuiu parte dos problemas aos próprios produtores, que muitas vezes, segundo ele, mandam documentação incompleta ou incorrem em outros problemas. Ele citou o exemplo de uma produção que pediu a aprovação na Ancine para a sua segunda temporada, mas que na avaliação da agência, tratava-se de um "soft porn" (filme erótico sem cenas explícitas), e que portanto teria sido vetado.
Rangel não citou o nome da série, mas suscitou uma reação por parte dos produtores e da HBO, que exibiu o conteúdo. Trata-se de "Mulher Arte", da Santa Rita, na qual um artista plástico percorre o Brasil desenhando mulheres seminuas. Na série não há, além da nudez parcial, insinuações de cunho sexual, como simulação de sexo ou masturbação, conta o produtor Marcelo Braga. "Tínhamos o parecer de dois técnicos da Ancine aprovando o conteúdo, mas no final o projeto foi rejeitado", diz.
- A HBO é reconhecida mundialmente por proporcionar liberdade criativa aos seus roteiristas, diretores, produtores e atores. Isto também se aplica aos projetos nos quais o canal é coprodutor.
- Sendo "Mulher Arte" uma coprodução e seguindo todas as premissas da lei, a produtora é proprietária da série e decide sobre o corte final do conteúdo que é entregue ao canal.
- A HBO entende que os fundos do Artigo 39 não devem ser usados para produção de conteúdo pornográfico. Nunca ficou determinado que "Mulher Arte" é conteúdo pornográfico. De fato, a HBO recebeu a nota técnica da Ancine sobre o projeto e a recomendação dos reguladores que o avaliaram foi de que a segunda temporada de "Mullher Arte" fosse aprovada para produção.
- No entanto, mais tarde a direção da Ancine não aprovou o projeto da segunda temporada.