Desenvolver ideias e buscar coprodutores com infraestrutura e capacidade de produção. Esse é o principal modelo de negócios da FICs (Fábrica de Ideias Cinemáticas), criada pelo autor roteirista Newton Cannito. A produtora foi contemplada na primeira edição do edital para núcleos criativos do Fundo Setorial do Audiovisual, em 2013, e já viabilizou quatro dos sete projetos desenvolvidos. "É um bom modelo. Conseguimos montar uma estrutura de criação para um trabalho mais em série", conta Cannito. A FICs agora mantém um birô de criação, com três roteiristas fixos, capaz de atender projetos de acordo com a demanda, inclusive de patrocinadores.
De acordo com o roteirista, foi a linha do FSA que fez com que a FICs se tornasse uma produtora de fato. "Mas mesmo antes do Núcleo, já tinha essa prática de negociar os meus trabalhos criativos. Coproduzimos, por exemplo, a série 'Unidade Básica' (veiculada no canal Universal em 2016). Eu criei, fui roteirista chefe e levei o projeto para a Gullane, que foi a produtora principal", conta.
O conceito é elaborar o pacote de cada projeto – com roteiro, elenco e talentos principais – e atuar na viabilização do projeto, junto a distribuidores e canais de televisão, mas buscando outras produtoras audiovisuais para atuar em coprodução.
Um dos trabalhos atuais da FICs é a série de ficção "Z4", em coprodução com a Formata, para exibição em primeira janela no SBT. Com direção de Alexandre Boury e roteiro de Newton Cannito, a série recebeu investimento do FSA no valor de R$ 2,6 milhões e, do SBT, de R$ 2 milhões. A produção retrata a formação de quatro garotos como artistas e o sonho de fazer sucesso. Para isso eles viverão uma intensa rotina de treinamentos: cursos de dança, música, canto e muitos ensaios. Tudo orientado e limitado por milhares de regras impostas por Zé. Eles têm um prazo para lançar a banda e, nesse período, vão passar as férias imersos na mansão do Zé.
Para 2017, há outra série em produção: "Utopia Brasil", uma série de documentários para o canal CineBrasilTV.
Cannito vem trabalhando ainda no roteiro de longas: "Bateau Mouche", para direção do Afonso Poyart; e "Quem conta um conto", biografia de Cornélio Pires, para produção do Pedro Rovai e direção do próprio Newton Cannito.