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Série infanto-juvenil “Luz”, da Netflix, contou com consultoria para retratar comunidade indígena Kaingang

Cena de "Luz", da Netflix (Foto: Aline Arruda/ Divulgação Netflix)

Já está disponível na Netflix “Luz”, a primeira série infanto-juvenil brasileira da plataforma. A série se desenvolve em torno da jornada de Luz (Marianna Santos), uma menina órfã, criada desde bebê na comunidade Kaingang, e que cresce envolta em saberes e valores indígenas. Até que, ao completar nove anos, a garota já desconfia de que lhe escondem algo importante e foge da aldeia, chegando a um internato. Na escola, ao lado de novos amigos, ela buscará respostas sobre suas verdadeiras origens.

Produzida pela Floresta, “Luz” é uma ideia original de Guillermo Pendino. A direção-geral é de Thiago Teitelroit, com Giovanna Machline e Rogério Sagui também como diretores de episódios. O roteiro é de André Rodrigues, Ana Durães, Tereza Temer (roteiristas) e Nara Marinho (assistente de roteiro). No elenco, além das crianças, a produção também conta com Celso Frateschi, Claudia di Moura, Dandara Albuquerque, Daniel Rocha, Marcos Pasquim, Gabriela Moreyra, Maurício Destri e Mel Lisboa, entre outros. 

Marianna Santos é a protagonista de “Luz” (Foto: Aline Arruda/ Netflix)

Entre tantas comunidades indígenas existentes no Brasil, a produção escolheu retratar os Kaingang. O roteirista André Rodrigues explicou: “Apesar de ser considerado o terceiro maior grupo indígena do país em população, a etnia Kaingang segue desconhecida por grande parte dos brasileiros. Além disso, ela se concentra em estados das regiões Sul e Sudeste – São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná -, que são locais pouco citados pelas obras audiovisuais quando o assunto é a cultura indígena. Geralmente, quando as pessoas pensam nos grupos indígenas, automaticamente se referem a regiões no Norte e Nordeste do Brasil. Trazer a riqueza desse povo tão numeroso demonstra que os povos indígenas estão presentes – e atuantes – em todas as partes do País”. 

Uma das responsáveis pela consultoria da série, participando de todos os processos de criação, foi a jurista, artista e líder indígena Lucia Fernanda Jófej Kaingang. “Ela deu seminários para o autor e roteiristas e ainda leu e validou todo o material – bíblia, escaletas, roteiros – produzido. Além disso, a produção realizou consultas públicas com diferentes comunidades Kaingang em vários estados para debater os conceitos da série”, disse Rodrigues com exclusividade para TELA VIVA.

A produtora executiva Julia Bogochvol completou: “Nós buscamos priorizar a participação de indígenas Kaingang no elenco, apesar da distância física entre a produção e a comunidade. Nós conseguimos viabilizar a vinda dos adultos Kaingang, porém as crianças, por serem menores de idade, não puderam fazer o deslocamento durante o período escolar. Desta forma, convidamos pessoas de comunidades indígenas mais próximas e, no caso, foram crianças Guarani”. 

Assista ao trailer da série: 

Trailer oficial de “Luz”, da Netflix

Caracterização 

O processo de desenvolvimento de figurinos e maquiagens dos personagens indígenas também contou com consultoria de Fernanda Jófej Kaingang. “Nossa maior preocupação foi retratar este povo da maneira mais realista possível, de forma autêntica, sem cair na caricatura nem colocar signos de outras etnias. Todos os figurinos, incluindo vestimentas, que são peças de tear, e acessórios, foram produzidos com pessoas Kaingangs”, afirmou a figurinista Melina Schleder.

“A série ‘Luz’ nos conta a história de uma criança que é deixada dentro de uma aldeia indígena ainda bebê. Ela começa sua trajetória correndo pela floresta com cabelos longos e pinturas indígenas nos braços. Seguimos exatamente todos os detalhes dos penteados e das pinturas corporais necessários para contar a história”, detalhou Marcos de Souza, responsável pela caracterização.  

“Para a construção dos personagens, começamos primeiro a entender como a aldeia dos Kaingang era dividida. Dentro dessa aldeia existem os Kamé e os Kairu, e cada um deles possuía uma pintura corporal diferente. Luz, nossa personagem principal, é uma Kamé. Os Kaingang são indígenas que, mesmo seguindo várias tradições, como as pinturas corporais, usam roupas e cortes de cabelos modernos. Com isso, foi possível fazer uma mistura bem interessante. O nosso maior desafio foi manter as pinturas no corpo dos atores que participavam do núcleo da aldeia, pois durante algumas cenas eles se movimentavam muito. Para isso, usamos um sistema de tatuagem temporária, sendo necessários retoques mínimos”, contou Souza.

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