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Versão nacional de “Quilos Mortais” mostra particularidades do trato da obesidade no Brasil

(Foto: Divulgação)

Após 12 temporadas, uma das principais séries do portfólio global do Discovery ganhará uma versão brasileira: “Quilos Mortais Brasil” estreia na Max nesta quinta-feira, dia 9 de maio, com seis episódios. Atualmente, a versão original de “Quilos Mortais” aparece entre os dez conteúdos mais assistidos na Max no Brasil. 

“Quilos Mortais Brasil” acompanhará a vida de nove brasileiros que lutam contra a obesidade – condição provocada pelo excesso de gordura corporal que pode levar a prejuízos à saúde, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão e várias formas de câncer. Os participantes não lutarão apenas contra a obesidade, mas também contra limitações e demais consequências causadas por ela.

“Um ponto importante dessa série é que, ao contrário de outros programas, como ‘Largados e Pelados’, nós não fizemos um casting aberto. Partimos dos próprios médicos para encontrar os personagens. Dentro dos pacientes que já estão em tratamento, isto é, em processo para realizar a cirurgia bariátrica, selecionamos os participantes. Não houve um convencimento para a pessoa fazer a cirurgia. Documentamos uma realidade que já estava acontecendo”, esclarece Adriana Cechetti, diretora de conteúdo de produção do docu-reality por parte da WBD, em entrevista para TELA VIVA. 

A nova temporada conta com cinco médicos brasileiros, renomados e especialistas em cirurgias bariátricas, aparelho digestivo e metabolismo. Eles acompanham seus pacientes desde o início do processo de preparação para realizar a cirurgia até os meses pós-cirúrgicos. “Aqui, ao contrário da versão norte-americana, optamos por ter vários médicos diferentes em vez de um só. Até para chegarmos a pacientes diferentes, de universos diferentes”, explicou. Bruna Baptista, diretora de criação da Endemol, destacou também a relação médico-paciente como uma das particularidades da versão brasileira: “É uma questão cultural. Na versão dos EUA, a figura do médico é centrada no Dr. Now, que é visto como carrasco. Não sei se os brasileiros reagiriam bem ao tom dele, a abordagem que ele usa. A troca entre médicos e pacientes no Brasil é outra”. 

E também diferentemente da versão original, em “Quilos Mortais Brasil” não há critérios de peso mínimo. “Não estabelecemos esse número porque entendemos que não se trata de uma questão estética, e sim de saúde. O foco não é o emagrecimento pelo lado estético. O próprio nome, ‘Quilos Mortais’, é porque a maioria dessas pessoas está realmente correndo sérios riscos. Existem muitas doenças atreladas à obesidade. Olhamos para cada paciente com suas necessidades específicas. Não é só o peso. A história de cada um deles é muito importante”, disse Cechetti. 

A produção ainda mostra como os órgãos de saúde pública no país trabalham estratégias de enfrentamento da doença. “No Brasil, a cirurgia bariátrica pode ser feita no SUS. O tratamento gratuito já não é uma possibilidade nos Estados Unidos – até por isso lá as pessoas chegam a situações mais extremas. Aqui, o SUS oferecer a cirurgia é um fator facilitador para que pessoas de diferentes classes sociais tenham acesso ao tratamento. Ao conhecer os pacientes, percebemos que não há necessariamente uma relação intrínseca entre a questão social e o peso”, observou Baptista.

A diretora da Endemol contou sobre os cuidados e preocupações com os personagens retratados, uma vez que eles são filmados em momentos íntimos e abrem suas histórias e dores para as câmeras do programa. “Toda a equipe passou por um treinamento anti-gordofobia. O assunto ainda não é tão habitual para as pessoas. Para derrapar, é muito fácil. Queríamos que todo mundo tivesse uma abordagem respeitosa sobre o tema, desde os bastidores até o resultado final, que o público verá”, ressaltou. 

Baptista comentou que a equipe foi dividida por personagens – ou seja, quem acompanhava a jornada de um paciente, ficava com ele até o final do período de nove meses de produção. “Criou-se uma relação muito íntima, de cumplicidade e confiança. A própria equipe tinha acesso a consultas com psicólogos, já que é um tema tão denso. Os pacientes, para além do acompanhamento psicológico que já fazem, também contam com um profissional contratado por nós, que acompanhou essa jornada. Eles se sentiram muito respeitados ao longo do processo, e isso era fundamental para nós”.

Para uma possível nova temporada, Cechetti adiantou que a ideia é trazer pessoas de lugares diferentes, ampliando o escopo de personagens e trazendo pacientes de outras regiões do Brasil. 

A série é uma produção da Endemol Shine Brasil para a Warner Bros. Discovery. Pela Endemol, “Quilos Mortais Brasil” tem direção geral de Gabriel Hein e direção criativa de Allan Lico. Pela WBD, assinam a supervisão de produção Adriana Cechetti e Luciana Soligo. Luísa Guanabara e Claudio Yosida são os roteiristas.

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