O Brasil e a França assinaram um protocolo de intenção de cooperação no âmbito do audiovisual nesta quarta, 8, no Rio de Janeiro, em cerimônia realizada no Riocontentmarket. O documento – assinado pelo presidente da Ancine, Manoel Rangel, e a presidente do Centro Nacional do Cinema (CNC) da França, Frédérique Bredin – prevê a ampliação do acordo de coprodução existente para todas as modalidades de produção audiovisual. O acordo vigente contempla apenas a produção cinematográfica.
O protocolo visa ainda desenvolver a cooperação entre as cinematecas e os organismos de conservação de arquivos cinematográficos, a cooperação no tema da educação através do audiovisual (formação profissional e dispositivos escolares), o compartilhamento das respetivas pesquisas e estatísticas, em como procurar apoiar em conjunto manifestações audiovisuais franco-brasileiras e iniciativas bilaterais de promoção dos filmes franceses no território brasileiro e de filmes brasileiros no território francês.
Frédérique Bredin falou com exclusividade a TELA VIVA sobre os frutos do relacionamento entre os dois países no âmbito do audiovisual. Segundo ela, cerca de 2/3 dos filmes lançados no país são estrangeiros, sendo que a cinematografia dos Estados Unidos é responsável pela metade deles. Há um diretriz na França para acolher as diversas cinematografias. O Brasil e a França lançam entre um três coproduções oficiais por ano. No entanto, há coproduções que não se enquadram nas regras do acordo de cooperação e, portanto, não são coproduções oficiais. Também há filmes brasileiros que recebem fomento francês, através do CNC, mesmo não sendo coproduções com a França, pelo programa Aide au cinema du monde criado em 2012 e que já contemplou seis filmes brasileiros.
Segundo Bredin, os produtores franceses buscam no Brasil sobretudo histórias, personagens, cenário e talentos. "Muito mais que os apoios financeiros, que na França e Europa estão disponíveis. É um encontro artístico", disse.