Estratégia do Globoplay envolve produção com qualidade e escala, boa distribuição e atuação como marketplace

Teresa Penna, diretora do Globoplay (Foto: Divulgação)

Teresa Penna, diretora do Globoplay, apresentou nesta terça-feira, 9, no Brasil Streaming 2023, evento organizado pelas publicações Teletime e Tela Viva, a palestra "O espaço do Brasil no cenário global do streaming". A executiva fala do ponto de vista de uma plataforma originalmente brasileira, que é a maior e mais antiga entre as nacionais. 

"Apesar dos desafios globais, o streaming não para de crescer. Nos últimos anos, três grandes grupos disputam essa audiência: os nativos do streaming, como Netflix e Hulu; as empresas que querem ampliar seus negócios, como Amazon e Apple; e as majors de mídia, que estão se adaptando às mudanças, como Disney e Paramount", contextualizou. "E essa disputa é bancada por três grandes investimentos: conteúdo, marketing e tecnologia", completou. 

"Em termos de expansão global, o mercado percebeu o quanto o investimento em conteúdo original é importante. No Brasil, por exemplo, continuam chegando muitos players de OTT. A Netflix, por sua vez, já tem 56% de sua receita vinda de países fora dos Estados Unidos e Canadá. Ou seja, mais do que volume, é necessário criar conexão com a audiência, e isso se faz com investimentos em conteúdo local. Vimos plataformas anunciando novelas e coproduções com a TV aberta, além de criação de IP's e franquias relevantes. É uma corrida forte nesse sentido. E, em relação à expansão, vimos que, para atingir bons resultados, é importante ter capacidade de produção de conteúdo e boa distribuição. Você não pode pensar no marketing e fazer ações grandiosas de divulgação se não tiver capacidade de produção e distribuição", destacou. "A plataforma tem que entregar o conteúdo que promete, seja com estúdios próprios ou com parcerias com terceiros, e investir na distribuição, que também deve ser própria e via parcerias", ressaltou. 

Para Teresa, esses são os pontos essenciais desse jogo. No entanto, é essencial saber que a fórmula do streaming global é completamente diferente da fórmula do streaming local. "Esse é o grande erro dos players globais quando chegam ao Brasil, que é um país singular e muito específico. Temos muitos habitantes, com gostos e bolsos diferentes. Não dá para oferecer só conteúdo internacional, por exemplo. Assim como não dá para oferecer só filmes e séries – precisa ter novelas também", apontou. Segundo a executiva, a "fórmula do streaming brasileiro" envolve um portfólio com filmes, séries e novelas, com conteúdo on demand e também ao vivo, com capacidade de transmissão, para "não ser um mico", brincou. 

"Entendemos que o Globoplay tem todos esses elementos e, por isso, plena capacidade de ser líder no segmento. Temos os Estúdios Globo, com uma capacidade única de produção de qualidade e com escala, além de parcerias com toda a indústria criativa brasileira – a Globo tem um papel forte no sentido de fomentar a indústria nacional", afirmou. E para além da produção de conteúdo Globoplay, a plataforma funciona como uma agregadora: "Combinamos ofertas que sejam complementares à nossa. Recentemente, fechamos uma parceria com a FlaTV, por exemplo, e fomos o único player a fazer combo com o Disney+ quando a plataforma chegou ao Brasil. Sendo um marketplace, podemos oferecer um tipo de oferta que agrade cada usuário. E com o CRM, sabemos exatamente o gosto de cada consumidor. Com essa estratégia de marketplace, conseguimos fazer com que o consumidor fique mais engajado. Com mais 'produtos na cesta', ele tem mais coisa para ver, por isso fica mais tempo. E quanto mais engajamento, menos churn, o que resulta em um valor maior para o negócio", analisou. 

Com o Globoplay, a Globo passou a ser comercializada diretamente ao consumidor e, por isso, investiu nessa jornada, passando por venda, cobrança e atendimento – com destaque para uma arquitetura bancária extremamente eficiente que, segundo Teresa, foi construída justamente para ter essa capacidade de distribuição direta. 

Mas para além da distribuição direta, o Globoplay também é distribuído por parceiros. "Nós crescemos ao lado de grandes parceiros, principalmente as telecom, como Claro e Brisanet. Para a Globo, o objetivo das parcerias é ampliar escala e alcance. E para o parceiro, é mais uma oferta para complementar seu portfólio", concluiu. 

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