Longa nacional "Chama a Bebel" fala de sustentabilidade para público jovem

Giulia Benite e Antônio Zeni em "Chama a Bebel" (Foto: Edson Filho)

Nesta quinta-feira, dia 11 de janeiro, estreia nos cinemas "Chama a Bebel", uma produção da Accorde Filmes com distribuição da Paris Filmes e direção e roteiro de Paulo Nascimento ("Diário de um Novo Mundo"). A trama conta a história de Bebel (Giulia Benite, de "Turma da Mônica – Laços" e "Turma da Mônica – Lições), uma adolescente que luta em prol de causas ambientais e sociais e tem como principal inspiração a ativista sueca Greta Thunberg.

No filme, Bebel se muda do interior para a cidade grande. A personagem enfrenta as adversidades de um ambiente desconhecido, desafia estudantes populares do colégio e até um grande inimigo – um empresário da cidade que faz testes laboratoriais em animais – para defender suas causas. Mudar hábitos e comportamentos é sua meta e a sustentabilidade é seu princípio orientador. Além de Benite, o longa traz ainda Pedro Motta, Sofia Cordeiro, Antônio Zeni e Gustavo Coelho no elenco juvenil. José Rubens Chachá, Flavia Garrafa e Larissa Maciel estão no elenco adulto. Assista ao trailer:

Trailer de "Chama a Bebel"

"É uma história que começou lá atrás, quando eu observava minha filha, adolescente na época, e comecei a ver como essa geração de 13, 14 anos tem uma visão de mundo muito diferente da minha geração. O quanto eles prestam atenção em coisas que eu não prestava, e que fariam diferença no futuro. Essa foi a inspiração para criar a Bebel, uma menina líder, que acredita num mundo onde não há um planeta B, e que por isso temos que cuidar do nosso de maneira simples, com cada um fazendo sua parte. É um filme de aventura e de emoção, com todas as características de um filme teen, feito para essa geração que pensa diferente", definiu o diretor e roteirista Paulo Nascimento em coletiva de imprensa. 

Para ele, é uma incógnita como o filme vai chegar para as crianças e adolescentes. Nascimento reflete: "É um projeto de entretenimento, mas que trata de um tema que não é comum, com uma densidade que não é comum nos filmes desse gênero. O que mais me atraiu, e acredito que a todos os envolvidos, foi exatamente isso, essa possibilidade de um filme que é voltado para o público jovem com essa outra camada. Eu acredito muito que os jovens estão realmente preocupados com essas questões. Não é um comportamento de bolha, ou específico de um estado ou outro. Essa geração está o tempo inteiro pensando nisso. Espero que saiam do cinema com alguma coisa para pensar. Esse é o objetivo". 

Acessibilidade 

Dentre os personagens principais do filme, dois são cadeirantes: a protagonista Bebel e o professor Denis, interpretado pelo ator Rafa Muller, que anda de cadeira de rodas na vida real (a atriz Giulia Benite, que vive a Bebel, não). Mas antes mesmo do projeto, a produtora Accorde Filmes já contava com o trabalho de um consultor permanente de acessibilidade: Felipe Mianes, que é PCD com baixa visão, professor e PHD em Educação. "Todo roteiro nosso passa por ele, que confere questões relacionadas à acessibilidade e inclusão. E ele foi uma das pessoas que mais nos incentivou para a Bebel ser PCD. Precisamos trazer luz para esse tema. O filme fala de um novo comportamento perante o mundo, então a gente precisava falar disso também", contou Nascimento. 

"Nem sei explicar o que significa ver duas cadeiras de roda em uma mesma cena de um filme. Eu me sinto representante e representado ao mesmo tempo. O maior sentimento é esse, o tamanho da representatividade. É meu primeiro filme, então por si só já é um baita desafio. Mas foi muito leve e prazeroso", disse Muller. O diretor acrescentou: "No fim, o Rafa virou consultor da Giulia (para ensiná-la a usar a cadeira de rodas) e de todos nós. De vários outros temas. Quanta coisa discutimos nesse tempo de filmagem". 

Produção associada 

A atriz Giulia Benite tem apenas 15 anos e, além de protagonizar o filme, assina a produção associada do projeto. "Eu não tenho tanto conhecimento dessas questões burocráticas, mas tive muita liberdade durante o processo do filme. Várias vezes o Paulo (diretor) pediu minha opinião, contou com a minha ajuda. Então esse trabalho vai mais dessa liberdade que ele me deu como atriz e da minha vontade de ajudar e contribuir no que eu podia e conseguia. Tudo que agreguei no projeto, de opiniões minhas, vieram principalmente dessa minha relação com o Paulo. E eu aprendi muito durante o processo do filme. Não só profissionalmente, mas como ser humano também", afirmou a atriz com exclusividade para TELA VIVA. 

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