Deputado propõe rejeição à proposta que impõe aos serviços de streaming regras do SeAC

Em parecer, o deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) orientou pela rejeição do Projeto de Lei 4.292/2019, de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que propõe alterações na lei de TV por assinatura (Lei 12.485/2019, ou Lei do SeAC) para estabelecer que "as empresas que prestam serviço de provimento de conteúdos idênticos aos distribuídos por meio do Serviço de Acesso Condicionado serão equiparadas a elas para todos os fins legais". Ou seja, igualaria serviços de streaming pela Internet linear com os da TV paga.

Segundo Fonteyne, "não só é desnecessário, como também não é razoável impor as mesmas obrigações a realidades tão distintas". Ele lembra que o Cade já reconheceu que os serviços over-the-top (OTT) e de TV por assinatura são complementares, não se substituem e tampouco competem. Dessa forma, diz o parlamentar, "não é razoável a equiparação destes serviços".

Ele aponta também, que o provimento de conteúdos por meio da Internet trouxe benefícios para a sociedade, como a redução dos preços e a democratização do acesso a esse conteúdo, "permitindo que os brasileiros pudessem acessar conteúdos anteriormente restritos e a preços bem mais acessíveis".

O deputado usou como argumento que "o próprio ordenamento reconheceu, no Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), que a Internet deve ser livre e aberta e que deve imperar o princípio da neutralidade da rede", embora a proposta não mostre conflitos com esses conceitos.

Preocupações

Além dos argumentos acima, Alexis Foutayne diz que a equiparação dos dois serviços pode ocasionar preocupações, como tornar os serviços de acesso a vídeos online mais caros e escassos para o consumidor, ocasionando o desincentivo à entrada de novas plataformas digitais e investimentos em novos modelos de negócio. "Neste cenário, o grande prejudicado seria o cidadão brasileiro, que, na contramão de uma tendência global, não poderia acessar conteúdos livremente através da internet", explica o deputado.

Apensados

O texto de Paulo Teixeira tinha três proposta apensadas: o PL 4.389/2019, de autoria do Deputado João Maia, PL 5.645/2019, do deputado Celso Russomano e o PL 681/2021, de autoria do deputado David Soares. Todos alteram a Lei do SeAC, em especial, na revogação de dispositivos que impõem restrições à propriedade cruzada entre programadoras e distribuidoras; e à aquisição de direitos de exploração de imagens de eventos de interesse nacional e contratação de talentos artísticos nacionais de qualquer natureza, inclusive direitos sobre obras de autores nacionais, por prestadoras de serviços de telecomunicações.

O parecer de Alexis Fonteyne foi feito para a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS) e a matéria está pronta para ser votada.

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