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Festival & Prêmio Curta! Documentários anunciou vencedores neste sábado, 11

O violonista Garoto, em retrato usado no documentário "Garoto - Vivo Sonhando", de Rafael Veríssimo.

O Grupo Curta! anunciou na noite deste sábado, 11, em cerimônia no Rio de Janeiro, os vencedores do Festival & Prêmio Curta! Documentários, selecionados por um time de jurados formado por jornalistas, escritores e personalidades da cultura. O vencedores foram:

  • “Garoto – Vivo Sonhando”, de Rafael Veríssimo, na categoria Música;
  • “Onde Nascem as Ideias”, série de Carolina Sá, na categoria Artes;
  • “Glauber, Claro”, de César Meneghetti, na categoria Cinema;
  • “Pessoas – Contar Para Viver”, de Marcelo Machado, Marco Del Fiol, Pedro Cezar, Tatiana Toffoli e Viviane Ferreira, na categoria Pensamento; e
  • “Àkàrà, No Fogo da Intolerância”, de Claudia Chávez, na categoria Sociedade.

Todas as concorrentes foram produções originais do canal Curta!, realizadas com verbas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). As premiadas receberam um total de mais de R$200 mil em prêmios oferecidos pelo Curta! e pelos parceiros LuzRio e Quanta.

A iniciativa celebrou os dez anos de existência do canal – comemorados no último mês de novembro, quando seria a premiação que foi adiada por conta de um surto de Covid-19. Ao todo, foram 87 filmes e 59 séries concorrentes, somando mais de 700 conteúdos individuais, que ficaram em votação popular de 1º de outubro a 13 de novembro passados.

O público definiu os cinco finalistas de cada categoria que foram, então, submetidos ao julgamento do júri técnico.

Música

Para o júri – composto pelos jornalistas Bernardo Araujo, Lorena Calábria e Mauro Ferreira – “‘Garoto – Vivo Sonhando’ merece ser o vencedor do Festival & Prêmio Curta! Documentários por dimensionar com precisão a genialidade de um artista dos anos 1940 e 1950, mais falado do que propriamente conhecido ou mesmo ouvido. A alta qualidade da pesquisa, que expõe até trechos de diários de Garoto, legitima o documentário sobre esse violonista e compositor falecido há quase 70 anos, numa era de pouco conteúdo audiovisual. Os roteiristas fizeram excelente uso do farto material de arquivo, construindo narrativa dinâmica, com estrutura contemporânea, dando ao roteiro do filme um timing atual que mantém o interesse do espectador ao longo de toda a história.”

O júri concedeu menção honrosa a “Balanço Black”, série de Flavio Frederico, justificando que “a série ‘Balanço Black’ merece menção honrosa do júri do Festival & Prêmio Curta! Documentários por historiar muito bem, em seis episódios, a gênese e expansão do soul e do funk brasileiros, com ênfase em artistas pioneiros como Tim Maia, Cassiano e Hyldon, mas também abrangendo nomes pouco lembrados, mas relevantes, como Carlos Dafé e Dom Filó. A hábil costura de depoimentos, imagens de arquivo e números musicais tem o mérito de também dar voz a coadjuvantes importantes na história do movimento. Já os números musicais, gravados em estúdio e apresentados no filme com primorosa qualidade técnica, mostram que o balanço black brasileiro surgido nos anos 1970 continua atual e em movimento, ganhando novas vozes e admiradores.”

Também foram finalistas da categoria “Blitz, O Filme”, de Paulo Fontenelle; “101 Canções que Tocaram o Brasil”, série de Roberto Oliveira e Nelson Motta; “Clara Estrela”, de Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir; “Com a Palavra”, Arnaldo Antunes, de Marcelo Machado; “Dorivando Saravá, O Preto que Virou Mar”, de Henrique Dantas; “Ney À Flor da Pele”, de Felipe Nepomuceno; “O Barato de Iacanga”, de Thiago Mattar; e “Todas as Melodias”, de Marco Abujamra.

Artes

O júri composto pela gestora Adriana Rattes, o professor de história da arte Paulo Sergio Duarte e a crítica de dança Silvia Soter escolheram premiar “Onde Nascem as Ideias”, série de Carolina Sá. Para eles, a série, dirigida “com precisão, delicadeza e competência por Carolina Sá, adentra os caminhos de criação de oito artistas importantes, todas mulheres e de gerações diferentes. A série nos convida a seguir de perto  os modos de trabalho, as  trajetórias únicas e as referências de inspiração de artistas da música, do teatro, das artes visuais, do cinema e da dança, em que se entrelaçam as dimensões do íntimo e do público.”

Receberam menções honrosas “Guarnieri”, de Francisco Guarnieri; “Torquato, Imagem da Incompletude”, de Danilo Carvalho e Guga Carvalho; e “Tudo É Projeto: Paulo Mendes da Rocha”, de Joana Mendes da Rocha e Patricia Rubano.

Também foram finalistas “Coleção Arte Presente em Inhotim”, série de Pedro Urano; “Designers do Brasil”, série de DJ Dolores; “Estados da Arte”, série de Eduardo Goldenstein; “Moto Contínuo – Uma Imersão na São Paulo Cia de Dança”, de Marco Del Fiol; “Movimentos do Invisível”, de Flávia Guayer e Leticia Monte; e “Paulo Autran – O Senhor dos Palcos”, de Marco Abujamra.

Cinema

Pela escolha do júri formado pela professora de cinema Consuelo Lins, o pesquisador Hernani Heffner e o jornalista Luiz Carlos Merten, o vencedor na categoria cinema foi “Glauber, Claro”, de César Meneghetti: “Com escolhas formais inventivas e acertadas, ‘Glauber, Claro’, de César Meneghetti, retoma imagens do longa-metragem de Glauber Rocha rodado em Roma nos anos 70 e investiga um período pouco conhecido da trajetória do cineasta durante o exílio na Itália. Meneghetti volta às locações do filme e exibe as imagens de ‘Claro’ a atores, críticos e amigos do cineasta, revelando com vigor o impacto e o fascínio provocados por Glauber em todos os que conviveram com ele naquele período.”

Receberam menções honrosas “Banquete Coutinho”, de Josafá Veloso, e “O Método”, série de Liliana Sulzbach. “Em ‘Banquete Coutinho’, Josafá Veloso faz uma montagem ousada e muito bem-sucedida de sequências de documentários de Eduardo Coutinho com fragmentos de filmes de outros cineastas a partir de uma questão-hipótese: teria Coutinho feito sempre o mesmo filme? Faz um belo retrato do diretor e ainda brinda o espectador com a inserção integral do primeiro curta de Coutinho, genial, realizado em 1959, quando Coutinho estudava cinema em Paris.”, opinam sobre a obra de Veloso. Sobre a série de Sulzbach, afirmam que “tendo o pensamento e a prática do cineasta Carlos Nader como fios condutores da série de quatro episódios, Liliana Sulzbach proporciona ao espectador aprofundar questões centrais que atravessam e constituem a arte do documentário na série ‘O Método’.”

Foram finalistas da categoria cinema também: “Desarquivando Alice Gonzaga”, de Betse de Paula; “Grandes Cenas do Cinema Brasileiro”, série, de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno; “Lost+found”, série de Diogo Cavour, Eduardo Cantarino, Fabian Cantieri, Isabella Raposo, Pedro Henrique Ferreira, Rafael Saar, Rodrigo Campos, Thiago Brito e Thiago Ortman; “Luz & Sombra – Fotógrafos do Cinema Brasileiro”, série de Betse de Paula e Jacques Cheuiche; “Na Ilha”, de Julia Bernstein e Vinícius Nascimento; “Nós, Documentaristas”, série de Susanna Lira; e “O Bom Cinema”, de Eugenio Puppo.

Pensamento

O psicanalista Christian Dunker, a psicanalista e crítica literária Fabiane Secches e o jornalista Miguel Conde escolheram como vencedor na categoria Pensamento “Pessoas – Contar Para Viver”, de Marcelo Machado, Marco Del Fiol, Pedro Cezar, Tatiana Toffoli e Viviane Ferreira. Para o júri, “O filme ‘Pessoas – Contar Para Viver’ consegue combinar cenários de grande intimidade com a própria exteriorização e montagem deste cenário, levando aquele que assiste a se sentir construindo junto a cena do depoimento. Também ao trabalhar com macro projeções em edifícios, a experiência pública combina-se com a dimensão extremamente pessoal do relato. O trabalho consegue captar anos de esforço e experiência do Museu da Pessoa não só com bons exemplos selecionados, mas por meio de soluções estéticas coerentes e sóbrias. Isso reduz o potencial efeito de ‘exposição e devassidão’ que muitas vezes atravessa o trabalho de reconstrução narrativa das histórias pessoais.”

Menções honrosas foram para “Incertezas Críticas, série de Daniel Augusto; “Por Onde Anda Makunaíma?”, de Rodrigo Séllos; e “Ziraldo – Era Uma Vez Um Menino”, de Fabrizia Pinto. “Menção honrosa para ‘Por Onde Anda Makunaíma?’ pela excelente recaptação de cenas históricas, fragmentos de peças cruciais, mas também pelas incursões a lugares míticos e geográficos, conectando seu tema de forma criativa e relevante com questões urgentes do nosso tempo, como a demarcação de terras indígenas. Ainda, por lançar um olhar original sobre uma obra fundamental da literatura brasileira (o romance de Mário de Andrade) – já tão discutida –, assim como sobre seus desdobramentos em diferentes campos da cultura, ao mesmo tempo que a insere (e ao próprio filme) numa longa cadeia de transmissão especificamente de culturas indígenas, com destaque para as dos povos Macuxi e Taurepang.”, justifica o júri.

Sobre “Incertezas Críticas”, escrevem: “Menção honrosa para a série ‘Incertezas Críticas’ por trazer o contexto político em conversa transversal com tópicos específicos. A direção e a edição introduziram uma expressividade tensa, traduzindo a urgência do momento em que vivemos nos depoimentos de alguns dos principais pensadores contemporâneos. ‘Incertezas Críticas’ está na sua terceira temporada – são, ao todo, 37 episódios – e também merece destaque por manter a qualidade e a consistência de sua proposta ao longo dos anos, bem como a relevância na curadoria das questões tematizadas a cada episódio.”

Sobre o filme de Fabrizia Pinto: “Menção honrosa ao filme ‘Ziraldo – Era Uma Vez Um Menino’ porque reconstrói a trajetória de um dos principais artistas e pensadores críticos do Brasil, Ziraldo, respeitando a forma gráfica pela qual ele se tornou consagrado, mas também o regime de historicidade no qual se desenvolve tanto a sua obra quanto a sua biografia.”

Foram finalistas ainda: “Alegorias do Brasil”, série de Murilo Salles; “Alma Imoral”, série de Silvio Tendler; “As Incríveis Artimanhas da Nuvem Cigana”, de Claudio Lobato e Paola Vieira; “Consciência³”, série de Renato Barbieri; “Lobo do Lobo e a Literatura Latino-Americana”, série de Daniel Augusto; e “Palavras Permanecem”, série de Renata Druck.

Sociedade

O júri formado pelo jornalista Eduardo Bueno e pelas historiadoras Giovana Xavier e Mary Del Priore premiou na categoria Sociedade “Àkàrà, No Fogo da Intolerância”, de Claudia Chávez, com menções honrosas a “1968 – O Despertar”, série de Don Kent, e “Favela É Moda”, de Emilio Domingos. O júri registrou o alto “nível dos concorrentes, sua diversidade e sua luta por um Brasil mais inclusivo” e que a escolha não foi fácil e nem unânime. “Num democrático 2 x 1, demos o primeiro lugar para ‘Àkàrà, No Fogo da Intolerância’, de Claudia Chávez. Mas gostaríamos de dar duas menções honrosas, uma para ‘1968 – O Despertar’, de Don Kent e outra para ‘Favela É Moda’, de Emilio Domingos”, apontaram.

Foram finalistas na categoria, além dos três mencionados acima: “A Mãe de Todas As Lutas”, de Susanna Lira; “Depois da Primavera”, de Isabel Joffily e Pedro Rossi; “Espero Tua (Re)volta”, de Eliza Capai; “Palmares: Coração Brasileiro, Alma Africana”, série de Carlos Nobre, José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Campos; “Inconveniências Históricas”, série de Belisário Franca e Pedro Nóbrega; “Operação Camanducaia”, de Tiago Rezende de Toledo; e “Sobre Sonhos e Liberdade”, de Francisco Colombo e Marcia Paraiso.

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