"Mexeu com uma, mexeu com todas" estreia no Curta

Grito de protesto das mulheres em passeatas e nas redes sociais, o lema "Mexeu com uma, mexeu com todas" serviu de inspiração e nomeou o mais novo documentário dirigido pela cineasta Sandra Werneck. A produção inédita e exclusiva estreia no Curta dia 14 de julho, às 22h30, na Sexta da Sociedade. O filme revela casos de violência que evidenciam a vulnerabilidade da mulher na sociedade e conta com depoimentos tanto de pessoas públicas quanto anônimas. Entre elas, a ex-modelo Luiza Brunet, a farmacêutica Maria da Penha – que empresta o nome à lei de 2006 que criminaliza a violência contra a mulher -, a nadadora Joanna Maranhão, que deu nome à legislação responsável por mudar o prazo de prescrição nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. O documentário é financiado pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

Toda as mulheres participantes da produção têm em comum uma história de violência, tendo sido assediadas, agredidas ou violentadas. Além de relembrarem alguns desses momentos, as entrevistadas fazem uma reflexão sobre a propagação do feminismo e as leis que beneficiam às mulheres. A escritora Clara Averbuck, que foi estuprada aos 13 anos por colegas de escola, acredita que, para existir igualdade entre os sexos, é preciso conscientização por parte dos homens: "Eu não vou ver o mundo virar igualitário. E, para isso acontecer, é preciso mexer na construção da masculinidade, não adianta só o feminismo. Os homens precisam discutir o papel deles nestas questões porque essa masculinidade calcada em violência e dominação precisa ser banida", acredita Clara.

A farmacêutica Maria da Penha, que conseguiu sancionar a lei homônima com o objetivo de proteger mulheres de crimes domésticos, acredita que a lei ainda precisa ser melhor executada. "Eu ainda vejo com muita cautela a Lei Maria da Penha. Esperava que a lei estivesse mais atuante. Mas a gente sabe que nos pequenos municípios não temos a política pública que faça a lei sair do papel. E é necessário que o setor público se comprometa com a violência contra a mulher", afirma Maria.

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