Não basta ter mecanismos para fomentar a produção no Brasil e na América Latina. A distribuição e a exibição dos filmes, seja em película ou digital, são problemas comuns a todos os países do continente, como ficou claro nos debates desta quinta, 13 no 1º Festival de Cinema Latino-Americano, que acontece esta semana em São Paulo. E a procura por uma solução mostra-se possível de forma conjunta. Os espaços alternativos de exibição – como pontos de cultura, cinematecas e outras instituições públicas e cineclubes – lutam contra a falta de apoio financeiro, com as questões legais de direitos autorais e muitas vezes contra os distribuidores comerciais para conseguir formar públicos que não podem pagar o preço do circuito comercial.
Novas tecnologias
As tecnologias disponíveis para o barateamento da produção em formato digital para cinema e TV são bem recebidas como possibilidades de democratização para aumentar o conteúdo. Também o intercâmbio e a digitalização de acervos facilitam a importante missão de preservá-los. Gabriel Rodriguez e Fernando Serrano, da Coordenação Iberoamericana de Cine Clubes (México) fazem parte de um projeto virtual chamado Mundokino (www.mundokino.net), que trabalha para que a distribuição no futuro deixe os meios físicos e seja feita por redes, "democratizando ainda mais o acesso aos filmes, difundindo os catálogos técnicos e de materiais como fotos, video clipes e tornando a troca mais barata para o verdadeiro mercado independente sem fins lucrativos".
Formação de público
"Precisamos também formar público, e para isso a Cinemateca trabalha junto ao MinC e o CTAV-RJ para disponibilizar nosso acervo nos circuitos culturais em mídias como VHS e DVD, mas existem as complicações financeiras", diz Carlos Magalhães, diretor da Cinemateca Brasileira, que, com outras instituições públicas, trabalha com projetos pedagógicos usando o cinema como ferramenta de discussão em sala de aula, num trabalho conjunto com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
