Operadores de cabo dos EUA não temem efeito dos "cable cutters"

Ao serem questionados sobre o impacto das plataformas de vídeo online como Netflix na indústria de TV por assintura, os principais executivos de operadoras e programadoras não conseguiram esconder um certo incômodo com o futuro. Da mesma forma, a possibilidade de perderem assinantes para essas plataformas também é um tema incômodo. No debate de abertura da NCTA Cable 2011, que acontece esta semana em Chicago, o assunto chegou a ser tratado com um certo desdém pelas três maiores operadoras de cabo do país. "Não temos evidência de que haja esse fenômeno (dos cable cutters). Na verdade, estamos crescendo, então o foco tem que ser em nunca dar aos espectadores a razão para cancelar nossos serviços", disse Neil Smit, CEO da Comcast. Para Glenn Britt, CEO da Time Warner Cable, "a quantidade de pessoas que estão se desconectando para pegar o conteúdo pela Internet é quase imensurável", disse ele. Pode até ser verdade, mas o fato é que esse fenômeno começa a ser detectado em alguns estudos. A ABI Reserach apontou recentemente para uma queda no market share mundial do cabo de 71% para 69%, em função do crescimento não só do DTH, mas também das plataformas over-the-top e de IPTV. Para Patrick Esser, da Cox, a explicação para a perda de base da TV a cabo registrada nos EUA sobretudo no ano de 2010 é apenas a economia. Segundo ele, a economia está em um ambiente diferente de cinco anos atrás. "Isso afeta a disposição de gasto do consumidor". Para Britt, da Time Warner Cable, nunca o mercado norte-americano viu um percentual tão grande de casas vazias em função da recessão. "E nosso negócio é conectar lares, então a perda de base era inevitável", disse. Ele aponta também o fato de que mais pessoas estão voltando a morar em uma mesma casa e que novos lares estão sendo formados em ritmo menos intenso. Tudo isso teria contribuído mais para a queda de base da TV paga do que o fenômeno dos cable cutters. Coube à moderadora do painel deixar o alerta. "Dois anos antes da crise, os bancos diziam que apenas 2% dos clientes de hipotecas estavam inadimplentes e que 98% eram bons pagadores. Mas era só o começo da crise imobiliária", lembrou a jornalista Liz Claman, da Fox News Business.

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