Thriller nacional "Tempos de Barbárie – Ato I: Terapia da Vingança" estreia nos cinemas 

Cena de “Tempos de Barbárie - Ato I: Terapia da Vingança” (Foto: Rachel Tanugi)

Nesta quinta-feira, dia 17 de agosto, estreia nos cinemas "Tempos de Barbárie – Ato I: Terapia da Vingança", thriller dirigido por Marcos Bernstein ("Central do Brasil", "Meu Pé de Laranja Lima"). O longatem roteiro assinado por Bernstein, Victor Altherino e Paulo Dimantas. A produção é da Passaro Films, Hungry Man e Neanthertal MB, em coprodução com a Globo Filmes. 

Na trama, durante uma tentativa de assalto, a filha da advogada Carla (Cláudia Abreu) é baleada e fica em estado grave. Sem respostas, ela tenta seguir a vida buscando ajuda em grupos de apoio. Mas sem conseguir aceitar o destino da filha e a falta de soluções por parte da polícia, Carla transforma a busca por justiça em uma procura por vingança e testa o seu próprio limite para ver até onde poderia ir. Assista ao trailer: 

Trailer de "Tempos de Barbárie – Ato I: Terapia da Vingança"

"O debate da violência no Brasil vem de muito tempo. Nós nunca vivemos neste país sem violência, e isso dá o peso real para a questão. Entra governo, sai governo, continua alarmante o número de mortes por arma de fogo no país. É um clima de guerra, que afeta a vida das pessoas. Eu já passei por uma violência, avaliei meus sentimentos e comecei a ter essa ideia de um filme meio de vingança, que também é um gênero que atende meu cinefilismo. Nas minhas obras, especialmente como roteirista, há todo tipo de gênero, uma gama que eu gosto de variar", afirmou o diretor Marcos Bernstein em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

"No caso desse filme, é uma variação brasileira do gênero de vingança. Porque os filmes de vingança americanos, por exemplo, têm sempre um grande vilão, que é inimigo e sai matando. Você se sente quase tranquilo com o personagem sendo punido. Mas aqui, estamos falando que quem comete essas violências são pessoas que estão logo ali, que muitas vezes passaram por violências enormes em suas vidas e por isso acabaram comentando crimes. Sem virar um filme-tese, ele se embebe em realidade – como é uma tradição do cinema brasileiro", observou. 

Bernstein destacou que o longa faz pequenas provocações, em diferentes momentos, para que no final os espectadores possam refletir sobre esses elementos da nossa sociedade e o nosso papel em meio a isso tudo. Mas que para quem só busca um filme de ficção, o projeto também entrega: "Tem perseguição de carro, luta, tiroteio e morte. Quem for ver o filme pelo gênero também vai ter tudo o que o gênero entrega. Acho que trafegamos por esse estilo de filme de vingança e ação com muita qualidade". 

Além disso, ele ressaltou que a ideia não é tornar ninguém herói ou vilão sem ressalvas: "O legal é refletir. O filme tem uma grande jornada dentro dessa parte emocional, isto é, a fissura emocional e psicologia que a personagem acaba sofrendo. É um protagonismo que traz essa força da relação entre mãe e filho – uma das mais sólidas, inquestionáveis e profundas da nossa sociedade. A própria montagem, cor e parte estética de modo geral reflete essa perturbação que a leva a agir desse jeito. Mas é pra refletirmos mesmo, tanto é que a personagem acaba encontrando um contraponto em seu caminho". 

Detalhes de produção

Gualter Pupo, que assina a produção, enfatizou que ele e Bernstein têm uma parceria de produção e também criativa. "Trouxe a bagagem do diretor de arte que eu não vou deixar de ser nunca. Procuramos com cuidado as locações. Esse raciocínio de como podemos construir situações de tensão e, ao mesmo tempo ação, no Rio de Janeiro. Muito da busca dessas coisas partiu desse princípio. Queríamos olhar pro filme e sentir que a qualidade do que estamos fazendo no Brasil se equipara com o mercado internacional. O tema é muito presente, mas precisamos fazer com que a qualidade aconteça. É um projeto de três produtoras – isso é muito importante falar – em uma parceria mesmo. Acreditamos muito na soma dos talentos de cada um. Temos uma joia em mãos, e queremos fazer outros 'Ator de Barbárie' se der certo", revelou. 

Lançamento nos cinemas 

O diretor acredita que o filme funcione em todas as telas, mas gostaria que as pessoas assistissem no cinema, porque "ganha o adicional do espetáculo, da intensidade do som e da imagem na tela grande". 

Por fim, ele analisou: "O cinema brasileiro está sempre num momento de retomada, são ciclos. Agora é uma nova retomada. Os mecanismos de isonomia competitiva do cinema brasileiro estão sendo restaurados – em um processo ainda um pouco lento, sem a volta da cota de tela, por exemplo. Mas são coisas que já se provaram necessidades, não só proteções, para que tenhamos um mercado de competição saudável. O equilíbrio é bom para todo mundo, e aparentemente estamos caminhando para isso. Espero que o filme consiga superar as dificuldades do mercado atual, ache seu público e tenha boa repercussão". 

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