Não há prazo para acordo entre Simba e operadoras

São Paulo, SP, BRASIL, 13/3/2017 - GIUSTI - Retrato. CRÉDITO OBRIGATÓRIO. (Foto: Marcelo Pereira/M11 Photos)

Não há um prazo para que haja um acordo entre as operadoras de TV paga e a Simba Content – joint-venture criada para negociar o sinal da Record, do SBT e da RedeTV. No entanto, a expectativa é que exista, pelo menos, uma negociação em curso no dia 29 de março, quando serão desligados os sinais analógicos da TV aberta na cidade de São Paulo. "Não vamos fornecer conteúdo de forma gratuita, mas, havendo uma negociação em curso, vamos ser razoáveis", diz Marco Gonçalves, contratado pela joint-venture para liderar as negociações com as operadoras. "Se alguém não quiser sentar para negociar, não vamos oferecer o sinal", completou o executivo em entrevista a TELA VIVA.

Segundo Gonçalves, as primeiras reuniões foram marcadas para esta semana e a próxima. Ele não revela qual é o faturamento pretendido pelas três redes. No entanto, aponta que há uma expectativa de chegar a um valor próximo ao oferecido pelo sinal da Globo, que é comercializado pela Globosat. "Esperamos chegar a um valor que remunere o conteúdo, não tem uma tabela. Vamos conversar e ver o que é pago pelos outros canais da mesma qualidade. Sabemos como funciona o pacote da Globosat e quanto vai para Globo. Sabemos também que o valor pago à Globo não é o que dizem que é", diz.

PF

De acordo com Gonçalves, o modelo de empacotamento da TV por assinatura não é justo e tem os seus dias contados. "O modelo da TV paga tem sido pacote por muito tempo. É um PF que não permite ao consumidor trocar uma cenoura pelo brócolis", diz o executivo.

No entanto, Gonçalves diz que a Simba vai negociar os três canais empacotados e não deve aceitar a comercialização a lá carte. Além dos três canais, a negociação já deve prever um quarto canal, que seria criado pela própria programadora.

Por decisão do Cade, pelo menos 20% do faturamento da Simba deverá ser aplicado na produção de novos conteúdos, que podem ser empacotados, em conjunto com conteúdos licenciados.

Gonçalves não descarta o licenciamento de conteúdo dos três canais também para os serviços de VOD das próprias operadoras.

Numa próxima etapa, a Simba se aproximará da produção independente de conteúdo para licenciar conteúdos prontos e criar novos conteúdos. Por enquanto, não há uma estrutura para receber propostas de conteúdo e se relacionar com as produtoras.

"A empresa está sendo montada – ainda é uma startup. Fui contratado apenas para a negociação (de distribuição). No futuro virão um CEO e os departamentos comercial, financeiro, de programação etc.

Must carry

A regra do must carry, que obriga as operadoras de TV a carregar e os canais a ceder os sinais da TV aberta, vale para os canais analógicos da radiodifusão aberta. No caso dos canais digitais, a regra é diferente: os canais abertos não são obrigados a ceder a programação gratuitamente, mas podem exigir o carregamento do sinal, desde que não cobrem por ele. A Simba foi criada para negociar em conjunto a programação das três redes.

2 COMENTÁRIOS

  1. Só uma coisa: por que tal grupo já não idealizou isso há um certo tempo, e não agora? Quer dizer… a coisa foi orquestrada pra virar "pedido de resgate"?

    Desculpe Simba, mas a única coisa que vocês estão conseguindo é a antipatia dos assinantes, e se queimando com as operadoras. O fundo do poço chegou com reportagens dizendo que pastores estão orquestrando ameaças via 'fieis' contra as operadoras.

    Vale lembrar que a IURD mantém, misteriosa, programação em TRÊS canais em São Paulo: Canal 21, CNT e IdealTV. Onde está o Ministério das Comunicações e Anatel nessas horas?

  2. Cortar os três canais que sempre tivemos acesso voces fazem mas descontar no pagamento do boleto mensal da NET em função das emissoras terem saído do ar voces não efetuam. Bom para voces e ruim para nós.

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