GNT define perfis dos casais contemporâneos

Em evento para agências, produtores e anunciantes promovido em São Paulo, o GNT apresentou o estudo "Cá Entre Nós", conduzido em parceria com a Inesplorato, que investiga os relacionamentos entre homens e mulheres e seus segredos.

O estudo foca em dois perfis de casais que seriam os mais comuns atualmente: transacionais, onde os papeis tradicionais de homem e mulher ainda têm relevância, mas ambos compartilham funções que tradicionalmente seriam responsabilidade de apenas um deles; e igualitários, onde as divisões de funções, tarefas e obrigações não são divididas com base no gênero de cada um, mas sim de acordo com suas aptidões e desejos.

Segundo o estudo, no casal transacional a mulher gosta de dialogar e confessar, enquanto o homem assume uma postura mais calada. Na carreira, embora ambos trabalhem fora de casa, a profissão da mulher é visto como complementar, com o homem assumindo a responsabilidade de principal provedor. Por outro lado, a decoração e a manutenção da casa são de responsabilidade da mulher, apesar de o homem  participar de algumas atividades.

"É o casal em que é comum a mulher dizer que seu marido a ajuda com determinadas tarefas – ou seja, é uma função dela, e ele atua como assistente. Existe um problema de comunicação pois esse homem foi criado para aguentar calado, ser forte e resistente, e por isso não se abre", diz Débora Emm, curadora do estudo.

Nesse sistema, ambos acabam acumulando diversos segredos. O homem, assumindo um papel de provedor, forte e resistente, busca esconder tudo que possa demonstrar vulnerabilidade. Alguns dos exemplo mostrados no estudo são: a ignorância em relação a algum fato, com medo de se mostrar menos inteligente que a parceira; a frustração com a falta de contato com os filhos; falta de prazer no sexo e impotência sexual; e até o sofrimento pela perda de um ente querido, uma vez que se espera que ele se comporte de maneira fria e prática.

"É comum surgir a imagem do bom companheiro, do amigo com quem ele sai para fazer tudo que não é eticamente aceito no relacionamento – quem já ouviu a expressão 'bros before hoes'? Nesse círculo, eles acobertam seus erros e assumem uma postura machista que fora do círculo não seria bem vista", diz Emm.

Por outro lado, quanto o casal busca manter uma imagem ideal, a mulher evitaria demonstrar superioridade racional, assumir a responsabilidade sobre problemas práticos e até mesmo contar que estaria ganhando mais que o parceiro.

"Ela foi criada para ver o casamento e seu marido como um troféu, que define seu sucesso. Por isso, seu interesse em descobrir os segredos dele vão até onde eles confirmam esse sucesso. Ela se sente complementada por ele – por isso, algo que demonstre fraqueza dele acaba diminuindo de certa forma seu sucesso", avalia a pesquisadora.

Igualitários

Modelo mais recente de relacionamento, o casal igualitário não se organiza por gêneros. Na casa, o espaço passa a permitir multiplicidade –inclusive com quartos separados – e o homem não se comporta mais como uma espécie de estagiário, assumindo papel ativo na criação dos filhos e criando seu próprio espaço na casa.

Além disso, o sustento da casa deixa de ser responsabilidade do homem e passa a ser compartilhado de forma igualitária. Com isso, há também mais espaço para o homem compartilhar suas emoções. Por fim, uma característica típica desse casal é não encarar o divórcio como tabu.

Periodicidade

No ano passado, o canal já havia lançado, também em parceria com a Inesplorato, o estudo "Sincera", com foco no universo feminino. Segundo Mariana Novaes, diretora de marketing do GNT, o canal pretende produzir pesquisas periódicas.

"Queremos transformar isso em um ritual anual, e já estamos pensando no próximo tema. Pesquisas sobre o público feminino, nosso público alvo, são abundantes. Então nos preocupamos em trazer novas visões, com informações diferentes", diz.

O canal também lançou uma página no seu portal reunindo todos os estudos lançados.

Metodologia

Para desenvolver o estudo, a equipe da Inesplorato analisou cerca de vinte obras de pesquisadores do tema, promovendo uma curadoria das informações.

Eles por elas

Também no evento, o GNT apresentou o vídeo que será utilizado para divulgar a campanha Eles Por Elas (He For She) da Onu no Brasil. "O GNT estava buscando uma campanha para se engajar e acreditamos que essa se identifica muito com nosso perfil e nosso público alvo", diz Novaes.

O canal promoverá um evento no dia 24 com painéis e debates para promover a parceria. Além do vídeo, o canal lançará uma página no seu portal dedicada ao tema. Segundo Novaes, a meta da campanha é elevar o número de assinaturas no projeto de 6 mil para 100 mil. "Esse é um projeto que busca conscientizar o público masculino da necessidade de se engajar nessa luta contra preconceitos e estereótipo de gênero. O objetivo é conseguir essas 100 mil assinaturas entre esse público", diz.

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