Cota de tela será mantida em 2018; setor pede revisão da metodologia de aferição

O Ministério da Cultura realizou na última sexta, 15, uma reunião com associações de diferentes elos do setor cinematográfico para discutir a Cota de Tela em 2018. A diretoria colegiada da Ancine já havia recomendado a manutenção da Cota de Tela de 2017 – o que é definido por decreto da presidência da República. No entanto, entidades representativas da exibição, da distribuição e da produção cinematográfica enviaram à agência reguladora e ao ministério um pedido para que a cota passasse a considerar a sessão fragmentada de filmes, e não apenas a exibição diária, para o cumprimento das cotas. As sessões fragmentadas se tornaram economicamente viáveis com a digitalização das salas e permitem, por exemplo, a exibição de filmes com menor segmentação de público, como documentários.

Com a a nova reunião, foi consenso a manutenção da cota de 2017, mas com o compromisso da revisão da Instrução Normativa (IN) 88, que regulamenta o mecanismo, bem como questões como o pagamento por cópias virtuais (VPF), a lei da dobra, acordos de rateio de bilheteria, gastos de comercialização. Para tal, será criada ainda uma Câmara Técnica para avaliar o impacto da medida e estudar novas possibilidades, o que abre espaço para outras mudanças na metodologia de aferição.

A carta foi assinada pela ADIBRA, APACI, APRO, BRAVI, SIAESP e SICAV – entidades que participaram do encontro, além do MinC e da Ancine. Em nota, o ministro Sérgio Sá Leitão afirmou que tal reunião representa um avanço no que se diz respeito à diretriz que ele carrega no Ministério, a de decidir questões políticas culturais com base nos diálogos presenciais com os nomes do setor.

Recentemente, a presidente interina da Ancine, Débora Ivanov, declarou que o mercado teve dificuldade de cumprir a Cota de Tela, e quem descumpriu terá de compensar no próximo ano. Ela ainda levantou a discussão da digitalização, comentando a questão da multiprogramação, isto é, a possibilidade de colocar filmes brasileiros e estrangeiros em várias salas e em horários diferentes – e como a Cota de Tela lidaria com esse tipo de programação fragmentada. Sobre a queixa dos produtores de que os exibidores colocam filmes brasileiros em horários ruins para o público, Débora disse ser uma negociação entre exibidor e distribuidor, e que essa questão deve avançar em breve, uma vez que hoje já existe um sistema de controle de bilheteria que sabe em tempo real a performance de determinado filme em cada sessão e sala.

2 COMENTÁRIOS

  1. Concordo, Richard… Tem cota para filme brasileiro no cinema, cota para canal brasileiro na tv paga. cota para programa brasileiro no horario nobre dos canais pagos estrangeiros, cota de musica tocada no radio… É um saco isso!

    Ainda bem que existe a internet, onde o g*verno (por enquanto) ainda nao enfiou suas patas para tentar controlar, e lá a gente pode assistir e ouvir ao que quiser, sem as malditas cotas tentando me ditar o que eu tenho que assistir/ouvir…

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