Streaming de programação linear começa a seduzir emissoras de TV

Ainda de forma tímida, emissoras de TV concorrentes da Globo (que há dois anos tem a plataforma Globo Play) começam a testar a transmissão de conteúdo pela Internet, sobretudo em redes sociais. Enquanto o tema da negociação com as operadoras para a volta dos canais da SBT, Rede TV e Record para a grade da TV paga foi um assunto evitado durante o painel da NexTV em São Paulo nesta quarta-feira, 19, a disputa e a adaptação das empresas tradicionais ao mundo over-the-top (OTT) foi a tônica.

O programa Roda Viva, na TV Cultura, recentemente teve uma experiência com a presença de YouTubers. Após o encerramento do programa tradicional na TV, a mesa redonda continuou nas plataformas digitais no próprio YouTube e no Facebook. Conforme explica a gerente de mídias integradas da emissora, Renata Shimabukuro, no online não há as restrições de tempo, além de haver maior possibilidade de interação. "Foi por isso que adotamos a transmissão semanal do Roda Viva no Facebook, além do YouTube, que já usávamos como estratégia de distribuição", declara.

No SBT há uma "análise constante" do mercado e de utilização de plataformas como o Google. "O xis da questão é que nosso maior acionista, e maior comunicador do Brasil (Silvio Santos), tem política de que o conteúdo tem de estar disponível para todo mundo que quer consumir, não importa a renda", explica gerente de novas mídias, Diego Felice. Por outro lado, existe o problema operacional, com a plataforma e o billing, e os econômicos, como o investimento e o retorno necessários. "Todos esses detalhes são colocados na ponta do lápis para ver a viabilidade, o SBT está estudando fortemente esse modelo, mas ainda não tem nada aprovado."

No caso da Record, há um modelo de parceria com YouTube, além de plataforma para disponibilizar por uma taxa mensal de R$ 10,90 toda a biblioteca de conteúdo da emissora. "Quando a pessoa gosta da marca e do conteúdo, ela não se importa em pagar", destaca o gerente de projetos e produtos da empresa, Alessandro Malerba. Por sua vez, a Rede TV conta com streaming ao vivo da programação linear no próprio portal, com estratégias mais flexíveis. "Tem caso que a TV é secundária no projeto, entrego no digital", diz o gerente de plataformas digitais da emissora, Vitor Mardegan.

4 COMENTÁRIOS

  1. "no online não há as restrições de tempo, além de haver maior possibilidade de interação"

    Depende o local a ser usado. Por exemplo, o streaming no Facebook tem limitação de 4 horas. No entanto, há outro fator a se levar em conta: se não tiver uma estrutura robusta, a chance do streaming cair será imensa.

  2. No Espírito Santo, estado onde moro, a TV Vitória (afiliada da Record TV) já utiliza o Facebook como plataforma para streaming ao vivo de seus programas jornalísticos. Quanto ao fato de a Record cobrar uma assinatura mensal para o internauta ter acesso ao seu conteúdo on demand é discutível. Argumentar que "Quando a pessoa gosta da marca e do conteúdo, ela não se importa em pagar" é não enxergar que a maioria das pessoas na internet busca conteúdo gratuito. Ainda mais se já for disponibilizado na TV aberta. Ninguém quer pagar duas vezes, mesmo gostando muito do conteúdo.

    Curioso pra saber qual o retorno financeiro que tem a Record ao cobrar pelo acesso a seus programas no Youtube.

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