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Atuando em toda a cadeia do audiovisual, Elo Company passa por rebranding e se apresenta como Elo Studios

Nesta semana, a Elo Company participa da Expocine e anuncia oficialmente para o mercado o seu novo nome: Elo Studios. Na ocasião, ela também apresentará seu line up de próximos projetos. Após concretizar um processo de verticalização e investir em desenvolvimento e aquisição de direitos para a construção de um forte portfólio de produções próprias – incluindo longas-metragens e séries, além de 14 lançamentos – e trabalhar em parceria com grandes empresas do setor, a Elo Studios se apresenta ao mercado com a proposta de impulsionar ainda mais o audiovisual nacional. Atualmente, ela está produzindo 20 projetos, em diferentes fases, sendo nove deles já financiados. 

“Nosso braço de produção começou em 2017 como uma expansão da Elo como distribuidora. Entendemos que fazia sentido essa expansão porque a empresa já levantava financiamento para diversos projetos. Já tem algum tempo que estamos trabalhando nesse rebranding, nesse novo posicionamento, para deixar claro para o mercado que, hoje, a gente se enxerga como um estúdio. Trabalhamos com toda a cadeia. Desenvolvemos projetos com curadoria junto a outras empresas, também criamos internamente, produzimos, lançamos em diferentes plataformas e mídias e também vendemos tanto no Brasil quanto internacionalmente. Quando entendemos esse escopo de atuação nos demos conta de que somos um estúdio, e não só uma distribuidora ou produtora”, explicou Paula Garcia (foto), head de produção da Elo, em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

Paula disse que os projetos da Elo trarão sempre uma visão comercial, isto é, um potencial de alcance do grande público, mas também uma mensagem e uma temática relevante embarcada. Como exemplo, ela cita “Caindo na Real”, com roteiro de Bia Crespo e direção de André Pellenz, que é uma parceria com o Telecine. “É uma comédia que fala sobre empoderamento feminino e a síndrome da impostora. A personagem central é uma mulher suburbana que, de repente, se vê num lugar de ascensão. Ela trabalha pra caramba e é incrível no que faz, mas não acredita nela mesma. Aos poucos, entende que, na verdade, ela é boa e até sabe mais do que os outros que demonstram tanta confiança. Acompanhamos a trajetória dela de maneira divertida, sem levantar bandeiras. É dessa forma que entendemos que conseguimos nos comunicar com as pessoas que queremos”, pontuou. “Não vamos falar de feminismo só com quem já é feminista, por exemplo. Queremos levar temáticas como racismo, diversidade, empoderamento feminino, família, afeto e autoconhecimento de forma fácil, a todas as pessoas. Levar esses assuntos para uma reflexão de forma sutil, em pesar, sem um discurso de cima para baixo. Vislumbramos um mundo melhor e achamos que a comunicação é o caminho para isso”, avaliou Paula. 

Multiplicidade de gêneros e janelas 

Entre os próximos projetos da Elo, estão a série de animação “Lupi & Baduki” em parceria com a Warner e Cartoon Network, em coprodução com a Flamma e Birdo; “Tirando Férias”, que conta com roteiro original assinado por Matheus Souza, também diretor do longa; “7 a 1”, uma coprodução com a Migdal Filmes e Telecine, com direção de Pedro Amorim e roteiro de Marcelo Andrade; “Por que só as princesas se dão bem?”, primeiro livro infantil de Thalita Rebouças, que irá virar obra audiovisual pelaElo Studiosem coprodução com a Warner e direção de Cris D’Amato; “Avenida Beira-Mar”, com direção e roteiro de Maju de Paiva e Bernardo Florim, uma coprodução da Elo com Viralata, para o Telecine, e “Freefty” – desenvolvimento do projeto vencedor do Prêmio Selo Elas Cabíria Telecine 2021, argumento criado por Adriana Calabró que vai escrever o roteiro junto com a Flávia Guimarães.

Como o line up evidencia, a Elo trabalha com diversos parceiros e está aberta a diferentes possibilidades de coprodução. “Atuamos com parceiros estratégicos, com quem temos sinergia, e especialmente com pessoas que gostamos. Entre os nosso principais parceiros, estão o Telecine, a Migdal e a Panorâmica”, mencionou. “Também temos trabalhado muito na aquisição de direitos de livros. Estamos buscando títulos e firmando parcerias com grandes editoras. Temos pelo menos três projetos de livros vindo aí”, adiantou. Para além das adaptações de obras literárias, Paula enxerga algumas outras tendências, como produções com LGBTQIA+ como protagonistas – “acho que existia uma resistência, agora o mercado entende que a demanda existe, e o público também está aberto, o que é muito positivo” -; e misturas não tão óbvias entre gêneros – como comédia e ação, por exemplo. 

E falando em gêneros, ela garante que a Elo não quer se limitar a produzir um gênero ou outro: “Começamos com projetos de não-ficção, mas a especificidade de gênero nunca foi um direcionamento. Vamos mais atrás do projeto que entendemos que tenha aderência com o mercado, potencial de público e que caiba grandes talentos para fazer o desenho de produção. Nosso perfil não é específico de gênero, nossa força está justamente em montar esse quebra-cabeça, entendendo o perfil do projeto, pensando quem é a melhor pessoa para dirigir e para escrever, tudo para que ele tenha o melhor desempenho possível”. Paula observa que, atualmente, o mercado está muito voltado para talentos, grandes nomes e números de Instagram. “A gente entende isso, mas achamos também que temos que ter esse cuidado do que se encaixa em cada projeto, o perfil de cada um para que aquilo faça sentido. E sem querer colocar as pessoas em caixinhas, desafios também são importantes. Tentamos sempre pensar no potencial daquele talento para além da caixinha em que ele está enquadrado”. 

Entre os títulos que a Elo desenvolve no momento, estão produções para TV, streaming e cinema. “Estamos abertos a todas as janelas. Temos proximidade com as plataformas e com os players do mercado e estamos em constantes trocas para entender as demandas de cada um e apresentar nossas ideias. Desde o começo pensamos para qual janela aquele projeto é mais indicado – até porque são dinâmicas muito diferentes em termos de modelo de negócio, orçamento e empacotamento de talentos, desenho e tamanho do projeto. Somos uma empresa que tem maturidade, solidez e anos de mercado para entendermos isso muito bem. Temos uma análise clara e sempre fazemos estudos e pesquisas de tendência para estabelecermos todos esses alinhamentos”, garantiu. 

Fontes de financiamento 

Diante do cenário de crise e dificuldades nos processos de liberação de verbas de políticas públicas, muitas produtoras decidiram não trabalhar mais com leis de incentivo – o que não é o caso da Elo: “É um dinheiro que existe, não podemos abrir mão dele, até para fortalecer nosso mercado. Muitos dos projetos que estamos desenvolvendo agora e que vão entrar em produção foram financiados através de leis de incentivo. Usamos muito o Artigo 3º, 3ºA e 1ºA e inscrevemos projetos em todas as linhas do Fundo Setorial que abriram. A gente precisa dessa força e precisamos conseguir reter propriedade intelectual como produtores. Se fizermos apenas serviço de produção, enfraquecemos a produtora e o mercado como um todo. Focamos no equilíbrio. Acho que as duas coisas podem conviver e podemos ter um pouco de cada para manter a saúde da empresa. Todas as fontes são importantes e relevantes. A Elo tem esse knowhow de pensar fora da caixinha e em como podemos financiar os projetos de maneiras diferentes”. 

Recentemente, a empresa criou ainda um braço de branded content. “Temos focado nas marcas e em como elas podem ajudar nesse fomento do audiovisual de forma que todo mundo saia ganhando. Acho que isso é muito positivo – se for pensado de maneira orgânica e esteja de acordo com a narrativa e com o projeto. Estamos sempre pensando em como as marcas podem fazer parte e no que podemos oferecer a elas de contrapartida além do básico, que todo mundo faz. Não é só um product placement. É sobre o que vem além disso, na expansão dessa contrapartida. O caminho é pensar de maneira inovadora”, analisou Paula. 

Internamente, a Elo conta com uma equipe fixa enxuta do braço específico de produção, com Paula à frente da área e também profissionais na produção e auxílio do desenvolvimento, especialmente para dar conta dos projetos que chegam externamente. “Em termos de produção, desenhamos as equipes de acordo com cada projeto. Com a pandemia, entendemos que esse é o modelo que faz sentido financeiramente, pensando na sustentabilidade da empresa. Não faria sentido ter criações internas porque isso nos limitaria em termos de gênero e formatos. Essa diversidade de mentes é mais saudável e sustentável para nós”, contou. 

Visão de futuro 

A perspectiva de futuro da Elo é positiva: “Existem muitas incertezas e oscilações no mercado como um todo, mas nossa visão é bastante otimista, tanto pelos projetos que temos em produção quanto pela distribuição. A gente enxerga esse movimento de volta pro cinema, uma demanda de público que também vai pra TV e pro streaming. O mercado se consolidou, produzimos coisas muito boas e que dão certo inclusive em países que não esperávamos. Tudo isso é um caminho sem volta. Independentemente de políticas, a gente segue resistindo e fazendo”. 

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