O longa "Soldados do Araguaia", que teve sua primeira exibição na 41ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, ganhou data de estreia oficial: 22 de março.
O documentário tem direção de Belisario Franca, de "Menino 23", e faz parte da chamada "trilogia do silenciamento", projeto de Franca que busca recuperar histórias e personagens do Brasil que não têm tanto destaque na historiografia nacional.
Nesse mais recente trabalho do diretor, que contou com produção e distribuição da Giros, além do apoio do canal Cinebrasil TV, retrata a história dos soldados de baixa patente que foram enviados para a selva amazônica com a desafiadora missão de exterminar a Guerrilha do Araguaia – movimento de oposição à Ditadura Militar. Trata-se de uma guerra sem vencedores: os soldados foram rejeitados por sua filiação ao Exército e pelos próprios militares, por conta de suas denúncias contra a corporação.
No filme, conhecemos a história que aconteceu 40 anos atrás do ponto de vista desses próprios soldados, que sabem melhor do que ninguém descrever com precisão os fatos ocorridos no interior da floresta. Depoimentos com seus traumas e experiências pessoais completam a obra.
Além do lançamento comercial, o documentário visa levar à tona o debate e, por isso, a estratégia é fazer com que diversas camadas da sociedade possam ter acesso a ele. Algumas exibições já foram feitas em parceria com o projeto Clínicas do Testemunho em Marabá, Belém e Rio, com a UERJ, UFRJ, UNICAMP e com a OAB/RJ através das Comissões da Reparação da Escravidão Negra no Brasil e Direitos Humanos. As exibições acontecem antes e depois do lançamento no circuito.
