As principais operadoras de telecomunicações procuraram passar uma mensagem de otimismo moderado com a mudança no cenário político e a perspectiva de retomada econômica durante a Futurecom, que aconteceu esta semana em São Paulo. "As empresas investiram menos em 2016, por várias razões. Insegurança política é um fato. O governo atual está mudando radicalmente, e no meu entendimento de forma veloz, essa insegurança. Vemos no empresariado de um modo geral um otimismo bastante grande, mas é mais otimismo do que coisas concretas. Em termos de felicidade geral com o governo parece que estamos indo bem", disse José Félix, presidente do grupo América Móvil.
"Para mim, finalmente estamos em um momento diferente, em que todos estão alinhados, e o projeto de lei representa uma oportunidade para sair do momento delicado que estamos agora. Mas a questão tributária ainda é importante, pois nosso investimento nominal vai cair pela primeira vez esse ano", disse o presidente da Vivo, Amos Genish.
Para Luiz Alexandre Garcia, presidente executivo do grupo Algar, há 100% de confiança de que "a questão dos fundos vai mudar, e vai mudar porque o Brasil mudou", disse ele em relação aos fundos setoriais (Fust, Fistel e Funttel). "O direcionamento é dado pelo presidente da República, com as políticas dadas pelo ministério e pelo congresso, que a Anatel implementa. Inflizmente o que aconteceu nos últimos três anos é que tivemos confusão de governança no nosso setor com o ministério interferindo no trabalho da Anatel e com o setor em dúvida sobre saber o que fazer", disse Garcia. Para ele, "agora temos uma estrutura bastante clara, e acreditamos que os fundos criados para o setor de telecom serão aplicados nos seus devidos fins", ainda que, na visão do executivo, "isso não vá acontecer imediatamente. "Precisamos recuperar o tempo perdido, e os fundos podem ajudar muito para resolver o que estamos discutindo na digitalização, IoT e popularizaçao da banda larga".
Para Marcos Shroeder, presidente da Oi, a indústria evoluiu muito "mas ainda estamos com uma agenda no passado", diss ele exemplificando com a discussão "tardia" sobre TUPs, por exemplo, que "não deveria mais nem estar na agenda". Para Schroeder, "a importância do momento é tirar essas amarras do passado, e existe a questão tributária ainda crítica. É preciso desenhar um novo arcabouço para um novo ciclo de investimentos".