Plataformas e grupos de mídia testam os modelos Fast

Para os grandes grupos de mídia, é um desafio se lançar às plataformas Fast (de canais lineares de streaming bancados por publicidade) sem colocar em risco o faturamento em outras plataformas. "É um desafio grande não canibalizar, ainda mais com uma empresa com portfólio grande", disse Bernardo Ribeiro, gerente de estratégia de canais da Globo, no Pay-TV Forum, realizado por TELA VIVA e TELETIME nestes dias 22 e 23 de agosto.

Segundo ele, a Globo segue a estratégia de testar hipóteses para ver as simbioses e impactos em suas outras plataformas. "Começamos com conteúdo de acervo para entender como funciona a relação dos canais fast com as outras propriedades", diz. A Globo lançou dois canais Fast explorando propriedades de seu acervo, o Receitas Fast e o GE Fast.

Ribeiro conta que enxerga no Fast, atualmente, uma oportunidade de gerar leads para outras plataformas. Como exemplo, menciona ter uma chamada para um jogo no SporTV ao falar de futebol no GE Fast.

Roberto Grosman, diretor executivo de transformação digital do SBT, também diz que gosta de testar a plataforma Fast. Ele busca resposta para questões como se conseguirá manter uma audiência interessante ao longo do dia ou se terá audiência aos fins de semana.

A estratégia do SBT é manter o conteúdo no centro e pensar quais telas e janelas poderá explorar. "Em termos financeiros não é significativo, mas anunciantes que gostam de testar estão se engajando. É uma construção do mercado", diz.

Plataformas.

Aline Jabbour, diretora de Desenvolvimento de Negócio LATAM do Samsung TV Plus, diz que a plataforma da fabricante coreana busca modelos de parceria em todos ganhem. "Não faz sentido esconder informação ou beneficiar um lado só", diz. A estratégia é não adotar modelos de parceria com exclusividade, para formar um mercado robusto. "Queremos ampliar o mercado, educar o mercado e trazer novos players para nos tornarmos uma indústria mais rentável e madura. Não temos medo de competição", diz Aline.

Segundo a executiva, as TVs da Samsung têm uma inteligência de reconhecimento automático de conteúdo. "Conseguimos saber quais são os canais, os programas, aplicativos, se tem console, título de game que tem. Com isso, podemos entregar para anunciantes o público certo", diz.

Eduardo Brandini, head of TV & Film, Sports, News & Civics do YouTube, diz que, numa estratégia Fast, é preciso pensar na jornada do consumidor ao longo do dia. "A jornada começa passa pelo celular, desktop, TV. Ao longo o dia, jornalismo e esportes são os mais consumidos", diz. Como cases de sucesso, menciona a Rádio Itatiaia, que se transformou em um canal de vídeo no YouTube, e a CNN Brasil, que tem grande audiência na TV paga, mas também é dos mais assistidos na na plataforma do Google.

Já a Roku ainda não tem uma estratégia Fast funcionando no Brasil. Segundo André Romanon, country manager da Roku Brasil, a empresa conta com uma estratégia faseada no Brasil. Atualmente, está no fim da primeira fase: criar base e trabalhar engajamento. "Com nível de adoção maior, vamos trabalhar equipes de venda de publicidade", conta. Fora dos Estados Unidos, a Roku já conta com uma implementação robusta no Canadá, com 115 canais, e outra mais recente no México, com 50 canais.

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