Desempenho brasileiro não consegue reverter queda nos lucros da América Móvil

O grupo mexicano América Móvil (AMX) obteve crescimento operacional, nas receitas e no lucro no terceiro trimestre no Brasil, de acordo com balanço financeiro divulgado na noite de quinta-feira, 23. Somente no lucro operacional, a companhia conseguiu mais do que dobrar seu resultado em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, esse desempenho não foi suficiente para que o País se tornasse o maior negócio da companhia, embora a maior operação total (cerca de um terço) seja brasileira. Tampouco conseguiu reverter a queda no lucro total do grupo mexicano.

Com as operações brasileiras de Claro, Embratel, Net e Star One, a América Móvil registrou aumento de 6,5% nas receitas no trimestre, somando R$ 8,915 bilhões. No acumulado do ano, o aumento foi de 7,8%, total de R$ 26,318 bilhões. O grupo atribui o desempenho ao crescimento das receitas fixas, que respondem a dois terços do total.

Essas receitas fixas, que somam negócios em banda larga residencial e corporativa, além de TV por assinatura, somaram R$ 5,986 bilhões no terceiro trimestre e R$ 17,433 bilhões nos nove meses, ambos com aumento de 11,1%. No negócio de TV paga, o aumento foi de 15,2%, enquanto o de banda larga aumentou 13,2% no trimestre.

As receitas da Claro totalizaram R$ 3,333 bilhões, avanço de 1,7% no trimestre, e R$ 10,069 bilhões nos nove meses, crescimento de 4,5%. Dentro dessa área, as receitas com serviço móvel cresceram 3,4% (R$ 3,057 bilhões) e 3,1% (R$ 9,104 bilhões) respectivamente, enquanto a receita com equipamentos mostrou queda de 13,2% no trimestre (R$ 278 milhões), ainda que no acumulado tenha aumento de 19,8% (R$ 955 milhões).

O lucro operacional do grupo no Brasil mais do que dobrou no trimestre, subindo 103,7% e totalizando R$ 325 milhões. Nos nove meses, o aumento foi de 26%, total de R$ 1,287 bilhão. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) subiu 17,5% e totalizou R$ 2,189 bilhões no terceiro trimestre. No acumulado de janeiro a setembro, a soma foi de R$ 6,687 bilhões, acréscimo de 17,3%.

Operacional

Enquanto a América Móvil não se movimenta para atender às demandas do regulador mexicano para diminuir sua participação de mercado naquele país, as operações da Claro no Brasil avançaram 3,3% (860 mil novos acessos somente no trimestre) no comparativo e agora, com 69,636 milhões de usuários, a base tem quase o mesmo tamanho da registrada no México, que apresentou em setembro 70,474 milhões, decréscimo de 2,7%.

A maioria dos acessos móveis brasileiros continua no pré-pago, que tinha 54,415 milhões de linhas em setembro, aumento de 1,6%. Mas o pós-pago cresceu mais: 9,7%, totalizando 15,221 milhões de acessos, sendo 409 mil adições líquidas (150% mais adições do que no ano anterior). Os minutos de uso por usuário (MOU) caíram 8,7% e agora ficam em 122. A receita média por usuário (ARPU) se manteve estável em R$ 15 e a taxa de fuga de assinante (churn) aumentou 0,2% e agora é de 3,3%.

Em termos de unidades geradoras de receitas (UGR) fixas, o Brasil é responsável por quase a metade (46%) de toda a base do grupo mexicano, com 35,564 milhões de UGRs, crescimento de 11,6%. Dessas UGRs, 510 mil eram de unidades de TV paga, 315 mil de linhas fixas e 237 mil de acessos de banda larga.

Na soma total, a operação brasileira é a maior, com 105,2 milhões de acessos em setembro, 5,9% a mais do que no ano anterior. No total, são 364,4 milhões de acessos, aumento de 9,3% graças à consolidação da Telekom Austria.

Desempenho global

Apesar de encostar em termos operacionais, os negócios mexicanos ainda são mais representativos do que os brasileiros. Em termos de receita, o México obteve 67,658 bilhões de pesos mexicanos (US$ 4,997 bilhões) no trimestre e 205,200 bilhões nos nove meses (US$ 15,157 bilhões). No comparativo em dólar, a receita brasileira é menor: US$ 3,574 bilhões no trimestre e US$ 10,551 bilhões nos nove meses.

No total de todas as operações, a AMX registrou no entre julho e setembro receitas de 220,884 bilhões de pesos mexicanos (US$ 16,315 bilhões), aumento de 4% em relação ao mesmo período de 2013. Na soma dos nove meses do ano, o total foi de 654,528 bilhões de pesos mexicanos (US$ 48,347 bilhões), crescimento de 3%.

O EBTIDA ficou em 69,189 bilhões de pesos (US$ 5,110 bilhões) no trimestre, aumento de 0,4%. A empresa atribui a relativa estabilidade ao impacto da consolidação com a Telekom Austria em outubro. O resultado ficou 1,4% maior no acumulado do ano, somando 211,546 bilhões de pesos (US$ 15,626 bilhões).

O lucro líquido, por sua vez, caiu 39,3%, somando 10,120 bilhões de pesos mexicanos (US$ 747,5 milhões) no trimestre. No acumulado do ano, o grupo registrou 43,570 bilhões de pesos mexicanos (US$ 3,218 bilhões), queda de 26,1%. Segundo a companhia, em decorrência de maiores cobranças de depreciação e amortização, também caiu o lucro operacional (EBIT): 5,5% no trimestre, com 37,638 bilhões de pesos (US$ 2,780 bilhões), e 3,3% nos nove meses, ou 118,712 bilhões de pesos mexicanos.

A dívida total da AMX aumentou 16,32% no comparativo anual e agora é de US$ 43,616 bilhões.

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