Telefônica defende debate sobre neutralidade para evitar desequilíbrios

A discussão sobre neutralidade de rede ganhou fôlego durante a Futurecom 2010, que acontece esta semana em São Paulo. Trazido à tona pelo presidente da Telefônica no Brasil, Antônio Valente, o assunto já mostra algum grau de divergência dentro das operadoras.
Valente mencionou a importância de que se coloque este debate durante sua palestra na abertura do evento. Mais tarde, em coletiva, detalhou sua visão: "há um descasamento sobre o crescimento de tráfego e o crescimento das receitas. É preciso rediscutir os modelos para que a prestação dos serviços se dê de forma equilibrada, mas não teríamos, nesse momento, nenhuma sugestão regulatória a colocar", disse, ao ser indagado se a Telefônica desejaria que, do ponto de vista regulatório, houvesse o sinal verde para práticas comerciais não neutras. Durante sua apresentação, Valente usou a analogia das estradas, lembrando que caminhões mais pesados pagam mais para trafegar.
Para os fornecedores que participaram do debate de abertura, as operadoras precisam ficar atentas aos perfis de tráfego. "Essa é uma questão importante, temos que passar a oferecer serviços com QoS, alocando tarifas diferenciadas a usuários diferenciados. Quem usa mais a rede pode pagar mais, respeitando as regras de neutralidade. Não é dar qualidade diferente, mas uma qualidade mínima e estabelecer padrões diferentes", explicou Aluizio Byrro, chaiman da Nokia Siemens Networks no Brasil.
Mas a GVT, por exemplo, mostrou uma visão diferente sobre o tema. "Não concordo que o usuário pague mais por mais uso. O usuário está pagando por velocidade. O que acontece é que tem operadora que cobra por 10 Mbps e faz traffic shapping. Se o assinante pagou por 10 Mbps, ele quer usar essa velocidade. Essa é a posição da GVT. Cobrar diferente por velocidades diferentes, não por volume", disse Amos Genish, presidente da empresa. Hoje, a GVT não estabelece em contrato limites de uso a seus assinantes.

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