Desde que anunciou o lançamento de sua operação no Brasil, a CNN ressaltou a importância que o canal nacional daria às plataformas digitais. O trabalho nesse ambiente ficou a cargo da Flying Fishes, empresa de engenharia de canais digitais que há 20 anos atua no planejamento, estruturação, implantação e gestão da operação para esse meio.
Vencedora de uma concorrência com outras sete agências que durou três meses, a Flying Fishes foi a responsável por desenhar a engenharia de produção das plataformas digitais da CNN Brasil: planejamento, fluxo de gestão, estruturação e implantação das equipes e gestão diária de redes sociais. "Na concorrência, já tivemos uma abordagem diferente, que focou na parte mais analítica do mercado de publishers. De uma forma bem pragmática, já propusemos a operação, desenhando o que imaginávamos em relação à equipe e fluxos de trabalho", conta Sabrina Flechtman (foto), sócia da Flying Fishes, em entrevista exclusiva para TELA VIVA. "Acho que esse foi o nosso diferencial. Logo que saiu o resultado, começamos uma imersão profunda para entender se o desenho que tínhamos imaginado funcionaria e como iríamos destrinchar tudo aquilo. Já começamos a desenvolver estratégias para cada canal de atuação", completa.
Perfil da CNN Brasil no Instagram
A operação começou a ser pilotada internamente pela empresa em janeiro, com o objetivo principal de ganhar ritmo, como explica Flechtman: "No processo de produção de conteúdo de massa, o ritmo é essencial para o sucesso, e não é algo que se consiga do dia para a noite. São necessárias três ou quatro semanas para que as coisas comecem a funcionar direito". A preparação da Flying incluiu a "virada de chave" nas redes sociais em 15 de março, quando o canal foi ao ar: o conteúdo, que até então anunciava a formação da equipe e mostrava bastidores da emissora, passou a ser totalmente noticioso. É importante lembrar que a estreia do canal acabou coincidindo com a chegada da pandemia do novo coronavírus ao Brasil, o que fez com que a CNN precisasse engavetar seu conteúdo editorial preparado para os 45 dias seguintes do lançamento para dar lugar à cobertura da pandemia e seus desdobramentos durante praticamente toda a programação. Mas a executiva garante que isso não foi um problema para a Flying: "O fato de termos começado o trabalho com bastante antecedência foi fundamental para que a gente conseguisse trabalhar nesse cenário de pandemia, com algumas pessoas da equipe atuando remotamente, por exemplo. Nossa engenharia de operações enxutas e produtivas faz muito sentido nesse cenário".
O time da Flying trabalha de forma vinculada ao núcleo editorial da CNN, diretamente da redação da emissora. A empresa conta com profissionais de motion design, edição de vídeo e produção de conteúdo, por exemplo, enquanto a emissora entra com os responsáveis por edição e aprovação de material. "Todo esse fluxo é bastante complexo", diz Flechtman. "O digital está, obviamente, integrado à operação da TV, é o fluxo do canal que o move. Mas nosso trabalho não é apenas de transposição do conteúdo exibido", reforça. Isso porque para grande parte da população os canais digitais atuam como primeiro e único ponto de contato com a marca da CNN, já que a maioria dos brasileiros não possui TV paga. Para a sócia da empresa, está aí o principal desafio: integrar esses conteúdos, cuja matéria-prima é a TV, mas de forma adaptada para cada plataforma. "Não é complementar, e sim independente", define.
O projeto desde o início acumula resultados positivos: em menos de seis meses de operação, os canais digitais da CNN Brasil já superaram os principais concorrentes e bateram todas as metas planejadas para o primeiro ano da emissora. Desde que a Flying Fishes assumiu as redes da CNN Brasil, o número de seguidores no Twitter e no Instagram cresceu 300% – já são mais de dois milhões de seguidores no Instagram, superando players como Globo News e Veja. No YouTube, o perfil bateu 56 milhões de visualizações de vídeos, com um milhão de assinantes em menos de cinco meses. Além dos perfis @cnnbrasil, a Flying Fishes também faz a produção e gestão dos perfis @cnnbrasilbusiness, @livecnnbrasil e @cnnbrasiltonight, programa recém-lançado com Mari Palma, Gabriela Prioli e Leandro Karnal.
20 anos de história
Neste mês, a Flying Fishes comemora 20 anos no mercado. A empresa começou com o site Cineclick, que produzia reportagens sobre cinema. O conteúdo gerou interesse de diferentes portais, criando o primeiro licenciamento de conteúdo da empresa, para AOL, Yahoo!, UOL e Vivo. Mais tarde, ela passou a fornecer conteúdo para outras editorias, como esporte, emprego, culinária, moda. Com o avanço da tecnologia, a Flying Fishes assumiu a função de produzir e gerir canais de entretenimento, novelas, programação de TV e especiais temáticos.
A Flying também foi pioneira em conteúdo mobile: para a Vivo, gerenciou as verticais de conteúdo da operadora, como Eu Vivo Cinema; Para a Claro e a Tim, trabalhou em conjunto com as integradoras Movile (dona do iFood) e Gold na gestão de aplicativos. Ela foi ainda uma das primeiras no desenvolvimento de conteúdo e apps para smartTVs no Brasil. Em 2010, a LG homologou a Flying Fishes como fornecedora de soluções para suas televisões.
O sucesso das operações integradas fez com que a carteira de contratos aumentasse. Nos últimos oito anos, a engenharia de canais digitais da Flying Fishes está por trás da cobertura de realities em tempo real do UOL, incluindo "BBB" e "A Fazenda". Atualmente, são seis clientes: CNN Brasil, Flix Media, UOL, Turner, Ingresso.com e Terra.
"Nossa estratégia é aliar o trabalho de jovens profissionais, que são nativos do digital e já nasceram no contexto das redes sociais, com a experiência de quem está com a gente desde o início. A gente precisa desse frescor e esse frescor precisa da experiência. Esse alinhamento, combinado ao olhar de desafio diante de cada novo projeto e a constante vontade de aprender, são nossos principais pilares", conclui Flechtman.
