A Spcine – Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo – foi oficialmente inaugurada nesta quarta, 28, apresentando suas políticas para o incentivo ao desenvolvimento de projetos, produção e distribuição. A cerimônia reuniu cerca de 400 pessoas do setor e contou as presenças do prefeito Fernando Haddad; do ministro da Cultura e ex-secretário municipal, Juca Ferreira; do presidente da Ancine, Manoel Rangel; do secretário estadual da Cultura, Marcelo Araújo; do secretário municipal interino da Cultura, Guilherme Varela; e do recém nomeado secretário municipal da Cultura, Nabil Bonduki – que deve ser empossado no cargo na próxima semana. O evento foi conduzido pelo diretor-presidente da Spcine, Alfredo Manevy.
A empresa atuará como um escritório de desenvolvimento, financiamento e implementação de programas e políticas para os setores de cinema, TV, games e web, com o objetivo de reconhecer e estimular o potencial econômico e criativo do audiovisual paulista e seu impacto em âmbito cultural e social.
A diretoria da Spcine será encabeçada por Manevy e formada ainda por Mauricio Andrade Ramos e Renato Nery, como diretor executivo de desenvolvimento econômico e diretor executivo de inovação, criatividade e acesso, respectivamente.
Os eixos de atuação da Spcine são:
- inovação, criatividade e acesso – elaboração e apoio a ações de desenvolvimento criativo e inovação aplicada a novas tecnologias, formatos, linguagens e empreendedorismo no setor, além da formação, capacitação e requalificação profissional;
- desenvolvimento econômico – busca por promover o desenvolvimento do mercado de audiovisual rumo a um cenário de sustentabilidade econômica;
- integração e internacionalização – estímulo às coproduções, atração de produções estrangeiras, exportação do conteúdo audiovisual paulista e o intercâmbio cultural e de talentos.
Segundo Alfredo Manevy, os eixos da atuação da empresa “foram formatados em um diálogo autêntico com todo o setor audiovisual de São Paulo”. “A Spcine é resultado da mobilização de todo o setor do audiovisual e igualmente da convergência entre os âmbitos públicos municipal, estadual e federal”, disse.
Segundo o presidente da nova empresa, a Spcine se enquadra na atual política de permitir uma maior ocupação dos espaços públicos pela população. “O cinema e a TV talvez sejam as formas mais elaboradas de fazer com que as pessoas se sintam pertencentes a um lugar”. disse, destacando que será papel da Spcine promover o cinema autoral, alternativo, comerical, a produção de TV aberta e por assinatura e o fortalecimento do cinema de rua.
Sobre os quase dois anos que levou para a efetivação da empresa, Manevy ressaltou a complexidade em se criar uma empresa pública. “Mas nós não ficamos parados. Desde o ano passado, começamos algumas ações importantes, como por exemplo o Festival TELAS, o primeiro festival de TV”, disse.
Segundo o prefeito Fernando Haddad, “Alfredo (Manevy) deu à luz a uma empresa que já nasce grande, com um aporte de capital de R$ 65 milhões, sendo R$ 25 milhões da prefeitura, R$ 25 milhões do estado e R$ 15 milhões da Ancine. Isso vai dar ao setor uma perspectiva de sustentabilidade”, disse.
Haddad destacou a importância das salas de cinema que devem ser viabilizadas pela Spcine. “Sem um circuíto público, não temos chance de fazer a boa arte chegar ao cidadão. Se não tivermos rede pública, a gente pode até produzir bons filmes, mas eles não surtirão o efeito que precisamos, que é o poder transformador pela arte”, disse o prefeito. Segundo Manevy, 82 salas serão equipadas por toda a cidade, em CEUs, cinemas desativados e outros aparelhos públicos.
Pacote
Um primeiro pacote de ações foi apresentado dividido nas áreas de fomento, com o lançamento de novos programas de incentivo às áreas de cinema, TV, web e games; o Circuito SP de Salas de Cinema, levando a experiência do cinema a todas as regiões da capital paulista, por meio da ampliação da oferta de espaços de exibição; e o LEIA, laboratório de inovação, realizado em convênio com o Ministério das Comunicações, voltado à criação de conteúdos digitais e tecnologia para o audiovisual.
Equipe
A empresa é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura, por meio da Ancine.
A Spcine conta com um conselho administrativo, que será presidido pelo secretário municipal de Cultura e terá um observador independente, função que será exercida pelo ex-secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura Orlando Senna.
Tem ainda um comitê consultivo formado por 11 associações do setor audiovisual. “O comitê das entidades vai nos ajudar a calibrar alguns detalhes dos editais”, disse Manevy. Sobre a equipe da empresa, o presidente disse que buscou “atrair pessoas com expertises diferentes e complementares”.
Fazem parte da equipe da empresa:
- Rodrigo Guimarães, gerente executivo de desenvolvimento econômico;
- Ana Louback Lopes, coordenadora de difusão;
- Eduardo Raccah, coordenador de internacionalização;
- Malu Andrade, coordenadora de inovação, criatividade e acesso;
- Silvia Naschenveng, gerente jurídico;
- Jorge Santos, gerente administrativo;
- Julio Moraes, assessor de desenvolvimento econômico e indicadores;
- Raul Perez, assessor de comunicação e conteúdo;
- Ariel Velloso, assessor de jogos eletrônicos;
- Claudia Moraes Fernandes, assessora executiva.
