Soluções se sobrepõem ao hardware na NAB

A sinergia entre plataformas de distribuição está reinventando a atuação dos broadcasters, e isso esteve presente nos estandes do NAB Show, evento que aconteceu esta semana em Las Vegas. Os fornecedores levaram ao evento as tecnologias que viabilizam a produção e a distribuição multiplataforma no cenário conectado atual. "Estamos atentos a este momento de cloud," diz Rosalvo Carvalho, diretor da Videodata. Com atuaçãona área de arquivamento digital, gerenciamento de mídia e soluções de mobilidade em COFDM, Carvalho destaca a demanda por sistemas de play out na nuvem. De acordo com Marcelo Blum, diretor de engenharia da Videodata, um ponto a ser observado é a necessidade de garantir a qualidade e a integridade dos dados por meio da monitoração. "Quando a gente começa a distribuir conteúdo por redes e internet, é fundamental monitorar cada etapa do processo. É garantir ao usuário a melhor experiência possível. Essa integração que está acontecendo aqui na NAB é um desafio porque as empresas estão tendo que aprender a distribuir seu conteúdo para mais canais porque a competição está aumentando. O que a gente está apresentando ao mercado é uma forma de automatizar esse processo, tornando-os mais simples e eficientes. É conseguir fazer mais com menos".

Aproveitar essa sinergia, muitas vezes, de veículos distintos, como portais e rádios também alteram a concepção dos negócios do setor. Para Cícero Assis, diretor de vendas da Videodata, no passado os broadcasters estavam habituados a comprar um pacote de produtos. "Hoje estamos focados em vender soluções e serviços. O perfil do cliente agora é contratar por demanda. Não é mais produtivo comprar um sistema enorme de alto custo e depois tudo isso ficar parado. A compra é feita por serviço e por um determinado tempo. Terminada a demanda, é só desconectar", pondera.

Hoje, os fornecedores trabalham mais oferecendo soluções do que equipamentos. "Quando a gente fala sobre esse assunto é um erro quando pensamos só em streaming, que é apenas uma pequena parte da conectividade. É muito mais do que isso. É controle de câmera, comunicação, vídeo de retorno e fluxo de metadados. Eu estou muito feliz de dizer que neste ano a gente conseguiu fechar esse quebra-cabeças propondo uma solução bastante completa", diz Pedro Mess, gerente da América Latina da JVCKENWOOD. Como destaque, a empresa indica para o público brasileiro o Pro-HD. Um sistema de baixo custo de transmissão 4G colocada sobre qualquer veículo de reportagem para transformá-la em uma Unidade Móvel. Segundo Pedro, essa solução é superior aos utilizados nos mochilinks, já que estes possuem na antena um ganho de transmissão negativo. O outro produto com destaque na JVCKENWOOD é um switcher de edição para até 4 câmeras conectadas por Wi-Fi e 4G. Propondo agilidade na montagem e operação, custa 6 mil dólares. Indicada para eventos, possui transições, caracteres, gráficos e instant replay. "O público alvo destas soluções não se resume aos pequenos produtores. As grandes empresas de comunicação também querem produzir conteúdo a um custo mais acessível," completa Pedro.

Na Sony, um espaço tradicionalmente frequentado por muitos brasileiros, a percepção vai na mesma direção. Não necessariamente apresentando novidades, direcionou sua atenção aos clientes que já são usuários da marca por meio de updates gratuitos em firmwares na linha de equipamentos já lançados. Luis Fernando Fabichack, da Sony Brasil, reforça essa atuação. "Nossa empresa é uma das únicas que podem integrar não só produtos mas soluções e serviços dentro do projeto do cliente. Nas atualizações de firmware, o nosso principal interesse é manter o investimento do cliente. Assim, é possível gerar um pouco mais de recursos nos equipamentos, protegendo o que já foi investido". Na parte low cost, por exemplo, uma camcorder de mão, por meio de uma atualização, passa a gravar em HDR, ideal para os consumidores iniciais, os prosumers.

Em relação ao M.E.T. Effect, tema da NAB, Fabichak concorda com esse novo horizonte de produção. "O que as pessoas querem hoje também, além da tecnologia, é agregar essa tecnologia para ser mais produtiva. Vemos muitas pessoas operacionalizando um acesso via nuvem ou fazendo uma automação à distância para percorrer caminhos mais curtos e ter uma redução efetiva nos custos de operação", conclui.

 

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