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HDTV no satélite divide redes e afiliadas

"Não inventamos nada, apenas repetimos o que já existe na transmissão analógica". Foi assim que o presidente da RedeTV! e da Abra, Amilcare Dallevo, referiu-se ao HDSat Brasil, nome dado ao sistema de transmissão de TV digital em alta definição por satélite de banda C adotado, atualmente, por sua emissora e pela Band. O executivo participou de painel nesta sexta, 29, no Congresso da SET.
Mas a questão não é tão simples. Outras emissoras como SBT e Globo hesitam em aderir ao sistema, sob pena de "concorrer" com suas afiliadas Brasil afora. Uma afiliada da própria RedeTV! ouvida por este noticiário definiu o sistema como um "tiro no pé".
Isto porque, pelo HDSat, além da contribuição da cabeça-de-rede às afiliadas em alta definição, qualquer pessoa pode receber os sinais HD diretamente do satélite, usando um receptor digital, mesmo antes de sua cidade ganhar cobertura de TV digital terrestre. O satélite é o C2, que ocupa a antiga posição orbital do B1, para a qual apontam as cerca de 20 milhões de parabólicas de banda C do país.
Frederico Nogueira, vice-presidente da Band, também defendeu o sistema no painel, e definiu as críticas como "fofoca". "Satélite é o verdadeiro serviço que unifica o Brasil", disse. "Todos têm o direito de receber a TV digital. Não estamos fazendo para criar problema para as afiliadas. Pelo nosso acordo com a Net, por exemplo (que pega o sinal de alta definição do HDSat para seu serviço HD fora de São Paulo), eles usam o sinal de São Paulo só até ter HD naquela cidade. Depois, eles têm que trocar pelo sinal local", explicou Nogueira.
Ele disse ainda que uma grande campanha nacional deve ser veiculada em breve, apenas para os usuários da banda C, promovendo o sistema.

Receptores

A chave para o serviço HDSat Brasil é o receptor. Hoje, a Century e a Zinwell vendem receptores satelitais digitais com alta definição (H.264). A proposta dos radiodifusores é a criação de um receptor híbrido satélite/terrestre, que identificaria a origem do sinal e faria o chaveamento automático entre as duas plataformas. Ou seja, um receptor que pega o sinal terrestre (local) onde estiver disponível, e muda para o satélite se o canal local não existir.
Os fabricantes consultados por este noticiário afirmam que estão construindo este receptor, que deve chegar logo ao mercado. Jackson Sosa, da RF Telavo, diz que houve três reuniões na Suframa sobre o assunto e que já existem 13 PPBs (Processo Produtivo Básico) aprovados para a fabricação dos receptores em Manaus. Segundo ele, o receptor será mais barato que o que recebe apenas o satélite, e portanto será o modelo dominante.
A entrada de outras emissoras no HDSat Brasil depende muito deste receptor, pois seria o único modo de não afetar a rede afiliada. O SBT pode entrar no sistema caso a caixa híbrida predomine.
Uma curiosidade: o projeto do sistema, como apresentado por Alfonso Aurin, da Speedcast, que desenvolveu a tecnologia, prevê a existência de um CAS (acesso condicionado). Perguntado por este noticiário, Dallevo, da RedeTV!, negou que haja qualquer intenção de em algum momento fazer um serviço pago com os sinais HD.

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