Spcine inaugura 20 salas de cinema

Cinema do CEU Meninos

A Spcine fez nesta quarta, 30, dois importantes anúncios para o audiovisual paulistano: o Circuito Spcine de Cinema, que transformará CEUs e centros culturais em salas de cinema, e o decreto da São Paulo Film Commission, que centraliza as solicitações de filmagens na cidade (leia aqui).

No anúncio à imprensa, o prefeito da cidade, Fernando Haddad, disse que se tratava de "um dia histórico para o cinema de São Paulo". Com a inauguração das salas, destacou Haddad, a prefeitura se torna a segunda maior rede de cinema da cidade em pontos de exibição (não em número de salas/telas), com ambição de crescer. "Queremos passar o Cinemark. A prefeitura tem que ser o maior exibidor para o cinema avançar da maneira como desejamos, fomentando a produção local com a criação de linguagens", disse.

Os secretários da Educação e Cultura, Gabriel Chalita e Nabil Bonduki; o prefeito Fernando Haddad, o presidente da Spcine, Alfredo Manevy, e Nádia Campeão, vice-prefeita
Os secretários da Educação e Cultura, Gabriel Chalita e Nabil Bonduki; o prefeito Fernando Haddad, o presidente da Spcine, Alfredo Manevy, e Nádia Campeão, vice-prefeita

Para o secretário municipal da Cultura, Nabil Bonduki, "a ação garantirá tela ao setor e possibilidade a quem não pode pagar um ingresso de cinema num shopping". O secretário destaca que as salas não serão exclusivas para o cinema nacional, "pois é importante formar público". As salas localizadas nos CEUs são uma parceria com a Secretaria da Educação. As salas nestes locais não cobrarão ingresso. Mesmo assim, o bilhete terá um valor de face impresso. Segundo o secretário de Cultura, Gabriel Chalita, a ideia é passar à população local a percepção de valor. Os CEUs, num primeiro momento, terão uma programação três dias por semana, com três sessões por dia.

É importante notar que as salas são reconhecidas pela Ancine, e portanto contabilizam público para os filmes. "Trata-se de uma rede permanente de salas públicas, com uma grade regular de horários, com equipamentos digitais de ponta e som de qualidade. Temos a mesma qualidade que um cinema de shopping", explica o presidente da Spcine, Alfredo Manevy. O circuito adotou projetores digitais Christie 2D/2K, com capacidade de fluxo luminoso de 10 mil lumens, sistema de som Dolby 5.1 e telas profissionais para cinema.

Segundo ele, a Spcine já articula com todas as distribuidoras, nacionais e estrangeiras, para contemplar as salas com uma programação eclética. "Algumas estão cedendo títulos gratuitamente, outras estão alugando os filmes. A remuneração não se dá por participação na bilheteria, porque em muitos casos há gratuidade, mas por um aluguel", explica. "As distribuidoras entenderam que a ação vai formar público. Uma grande distribuidora estrangeira nos disse que esta é a maior ação de combate à informalidade e à pirataria", completa o presidente da empresa paulista de fomento.

Serão programados curtas-metragens antes dos longas, com teto de 10 minutos de duração, para não prejudicar a grade.

As 20 salas tomaram um investimento do capital social da Spcine de R$ 7,5 milhões em infraestrutura. O custeio anual do projeto é de R$ 7 milhões, bancados pela Secretaria de Cultura, através de um contrato de gestão com a Spcine. "É o valor de produção de um longa-metragem, mas com um impacto enorme no setor", diz Manevy.

Circuito

Até junho, o Circuito Spcine de Cinema inaugurará 20 salas de cinema com equipamentos de projeção digital, sistema de som Dolby 5.1. Na semana de estreia do circuito, estão programados "Snoopy & Charlie Brown – Peanuts o filme", "Mundo cão" e a "A Série Divergente: Convergente".

As 20 salas contarão com 6,5 mil poltronas, realizando 200 sessões semanais de cinema. Com uma taxa de ocupação projetada de 30%, as salas devem contemplar 63,5 mil espectadores por semana, ou 960 mil ao ano. "Estamos jogando para baixo a expectativa para ter uma meta alcançável", diz Manevy. O prefeito foi ainda mais otimista: "teremos uma ocupação média acima de 50% com toda a certeza", disse. A administração das salas será feita pela 14 Bis, que venceu uma licitação para este fim.

Entre os espaços que abrigarão as salas estão o Centro Cultural São Paulo, Cine Olido, Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, Biblioteca Pública Roberto Santos, além de 15 CEUs (Centros Educacionais Unificados).

Nos centros culturais, o preço do bilhete varia de R$ 4,00 a R$ 8,00; nos CEUs, é gratuito.

Segundo a Spcine, foi a partir de um quadro de exclusão socioeconômica que surgiu o projeto do circuito. De acordo com a pesquisa Hábitos Culturais dos Paulistas: Cultura em SP, de 2014, da J.Leiva, 10% da população paulistana nunca foi ao cinema, nem uma vez sequer. Nas classes D e E, a fatia dos que nunca frequentaram uma sala de exibição sobe para 30%.

A escolha das salas partiu de um critério de distribuição territorial: 17 das 32 subprefeituras da cidade serão contempladas, com prioridade para aquelas não atendidas pelo circuito comercial de cinema.

O calendário de inaugurações segue até o fim de maio. Veja os locais e as previsões de lançamento.

  • CEU Butantã – 30 de março
  • CEU Meninos – 30 de março
  • CEU Jaçanã – 13 de abril
  • CEU Quintal do Sol – 17 de abril
  • CEU São Rafael – 20 de abril
  • CEU Três Lagos – 24 de abril
  • CEU Aricanduva – 27 de abril
  • CEU Caminho do Mar – 1º de maio
  • CEU Jambeiro – 4 de maio
  • CEU Vila Atlântica – 8 de maio
  • Cine Olido – 11 de maio
  • CEU Perus – 12 de maio
  • CEU Paz – 15 de maio
  • CEU Parque Veredas – 18 de maio
  • CEU Feitiço da Vila – 19 de maio
  • CEU Vila do Sol – 22 de maio
  • Biblioteca Roberto Santos – 25 de maio
  • CCSP – Sala Lima Barreto – 26 de maio
  • CCSP – Paulo Emílio – 26 de maio
  • CFC Cidade Tiradentes – 29 de maio

Programação

A programação do circuito promete dar espaço tanto para o cinema comercial quanto para o autoral. Mostras e festivais apoiados pela Spcine, como É Tudo Verdade, Mostra Internacional de Cinema, Festival Internacional de Curtas, Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, também participam da programação.

As sessões nos CEUs serão às quintas, domingos e quartas, seguindo a lógica do mercado de exibição que renova as estreias sempre no quinto dia da semana. Os outros equipamentos culturais seguirão a mesma estratégia, mudando apenas a quantidade de sessões.

No Centro Cultural São Paulo e no Cine Olido, o cinema funcionará seis dias por semana, de terça a domingo. Já no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, serão quatro dias por semana, de quinta a domingo. Na Biblioteca Roberto Santos, cinco por semana, de terça a sábado. O número de sessões diárias é o mesmo em todos os espaços, três por dia.

Veja a vinheta oficial do Circuito Spcine de Cinema:
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