Balanço da Tevecap publicado nesta quarta-feira, dia 30, reafirma que a TVA fechou o ano passado com um milhão de assinantes diretos e indiretos, com um crescimento de 68% em relação ao ano anterior. Diz que houve um crescimento de 89% em sua receita operacional líquida (R$ 217 milhões) e, o que é mais importante, obteve um lucro operacional (antes do pagamento de juros, de impostos e de amortizações) da ordem de R$ 9 milhões, contra R$ 37 milhões negativos no ano anterior. O prejuízo no período foi de R$ 53 milhões. No total, o endividamento da empresa chega a R$ 278 milhões, sendo 94% de longo prazo (média de oito anos), basicamente compostos por yankee bonds (papéis de empresas de mercados emergentes), a um custo de 12,65% ao ano. O balanço da Tevecap foi muito questionado no mercado financeiro por não discriminar os assinantes diretos e indiretos, apresentando apenas o total (um milhão). Nas informações prestadas aos investidores da empresa nos Estados Unidos este número vem decomposto da seguinte forma: 1) Total de operações controladas – 349.511; 2) Operações associadas – 85.256; 3) Operadores independentes – 564.499. Pelo relatório da empresa, o pior desempenho foi na cidade de São Paulo, onde o crescimento da base de assinantes no exercício passado foi de apenas 9%. As causas são atribuídas à desconexão de assinantes inadimplentes e ao atraso na implementação do cabo. Mesmo assim, a receita cresceu 43%, porque aumentou a venda de canais premium. Para o executivo de um dos mais ativos grupos de investimentos em TV por assinatura, o anúncio do cash flow positivo de R$ 9 milhões da TVA pode ser um "tiro pela culatra". Isso porque, nos Estados Unidos, pelo EBITDA (lucros antes de juros, impostos e amortizações), mesmo com muita boa vontade em relação ao risco Brasil, o valor da TVA chegaria a não mais que R$ 100 milhões (algo em torno de 10 vezes o EBTDA). "É um número inferior àquele que o grupo teria "vendido" ao sócio estrangeiro", acredita a fonte. Para um ex-executivo da empresa, essa pode ser uma das razões pelas quais as relações entre os sócios ficaram tensas recentemente.