Apesar da influência negativa dos EUA, Huawei tem alta nas receitas e nos lucros

A fornecedora chinesa Huawei registrou crescimento no lucro e nas receitas no ano passado. Segundo dados do balanço financeiro consolidado de 2013 divulgado nesta segunda-feira, 31, a companhia continua forte em seus mercados principais, como a própria China, mas viu a receita cair nas Américas por conta da influência negativa do mercado norte-americano, onde a empresa enfrenta barreiras impostas pelo governo dos Estados Unidos por supostas influências do governo chinês.

Não que isso tenha impactado a lucratividade da empresa no ano passado. O lucro operacional foi de US$ 4,809 bilhões, crescimento de 41%. A Huawei afirma que de 2009 a 2013, o crescimento médio anual composto (CAGR) foi de 6%. Já o lucro líquido fechou 2013 em US$ 3,468 bilhões, representando um aumento de 34,43%.

As receitas em 2013 somaram US$ 39,463 bilhões, alta de 8,55% em relação a 2012. Segundo a empresa, em um intervalo de cinco anos, as receitas observaram um CAGR de 13%. Mas a previsão é que essa taxa caia para 10% nos próximos "três a cinco anos".

As receitas com vendas registraram maior crescimento na China (14,2%), enquanto a região da Europa, Oriente Médio e África aumentou 9,4% em relação a 2012. A região das Américas foi a única que observou queda (1,3%). Segundo a Huawei, o negócio de infraestrutura de rede "cresceu robustamente nos países latino-americanos", mas, por conta de uma "desaceleração" na América do Norte, as receitas acabaram sendo menores.

O CEO da Huawei, Ren Zhengfei, acabou minimizando o problema em uma carta aberta onde falou de tudo, menos do problema com o governo norte-americano – ao menos de forma aberta. O executivo diz que os EUA são um modelo a ser seguido no aspecto econômico e chega a reconhecer que precisa "ter consciência do poder dos Estados Unidos". E parou por aí.

Receitas por segmentos

A área de redes para operadoras continua sendo o negócio com maior participação nas receitas, com US$ 27,491 bilhões (crescimento de 4% em relação ao ano anterior). As vendas de equipamentos de redes móveis somaram US$ 8,669 bilhões (crescimento de 5,35%). Já o fornecimento de infraestrutura fixa registrou US$ 7,443 bilhões (queda de 6,95%). Por sua vez, os serviços globais (virtualização de rede, redes definidas por software e outros tipos de tecnologias) acumularam US$ 8,593 bilhões (crescimento de 21,28%).

A área corporativa foi a que mais cresceu: 32,4%, somando US$ 2,520 bilhões, desconsiderando o aumento de 32,5% nas receitas de "outras" áreas, que não representam números significativos. Mas esta gerou menos receita do que a divisão para clientes finais, que aumentou 17,8% e somou US$ 9,408 bilhões.

Mais smartphones no mercado

A empresa afirma que abasteceu o mercado mundial com 52 milhões de unidades, crescimento anual de mais de 60%. Ao todo, os smartphones também dominaram o abastecimento de dispositivos móveis da Huawei, com 87% do total. A companhia diz que a proporção de smartphones mid-range a high-end (com preço acima de US$ 248) aumentou 12%.

Ainda de acordo com a Huawei, o número de usuários que utilizam o serviço de cloud da empresa ultrapassou os dez milhões, sendo mais de um milhão de usuários ativos. O abastecimento de dispositivos de banda larga móvel (como modems) alcançou 44,5 milhões de unidades em 2013.

Até o final de 2013, a fornecedora chinesa afirma ter pedido o registro de 44.168 patentes na China, 18.791 fora da China e 14.555 sob o acordo de cooperação de patentes (PCT, na sigla em inglês). De todas essas, 36.511. A companhia diz ainda que "propôs ativamente identificar ao menos 500 MHz de espectro adicional para a telefonia móvel internacional (IMT) na Conferência Mundial de Radiocomunicação 20145 (WRC-15)", além de publicar um whitepaper sobre a futura tecnologia 5G. A Huawei ressalta ainda que submeteu mais de cinco mil propostas de padronizações.

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