Canal "Desaparecidos" estreia no YouTube para dar luz a casos ainda não solucionados de pessoas desaparecidas

O canal "Desaparecidos", do diretor e produtor audiovisual Anderson Jesus, estreia no YouTube no dia 9 de junho com o objetivo de seguir dando luz a casos ainda não solucionados de pessoas desaparecidas no Brasil. Produzido pela Iracema Rosa Filmes, produtora focada em conteúdos voltados para TV, internet e produções audiovisuais, o espaço trará histórias com depoimentos de policiais, especialistas, amigos e familiares das vítimas. Para o lançamento, o diretor Anderson Jesus irá promover uma live com Ivanise Esperidião, fundadora da Organização Não Governamental (ONG) Mães da Sé. Alguns dos conteúdos desenvolvidos exclusivamente para o canal serão produzidos em parceria com a Ponte Jornalismo, maior veículo com foto em direitos humanos e segurança pública do Brasil.

"A motivação para abordar essas histórias é, sobretudo, a falta de atenção de alguns veículos para esta temática. Com o canal próprio no YouTube para tratar desses casos, conseguimos abordar o máximo possível de relatos. Entendemos que era necessário termos este canal, usarmos a internet para levar estes casos ao máximo possível de pessoas e conseguir dar uma atenção melhor, uma atenção especial para todas essas famílias e para todas as pessoas que precisam encontrar os seus familiares. Estaremos o tempo todo atendendo essas famílias, recebendo casos e colocando essas histórias no ar de diversas maneiras", conta Anderson Jesus em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

O trabalho do diretor com pessoas desaparecidas não é de hoje. O canal já possui 27 episódios da primeira temporada da série, que foi disponibilizada em canal fechado e, agora, de forma gratuita para o público na plataforma. O "Desaparecidos" já foi ao ar no canal A&E e o "Sem Rastro", com a mesma temática, no AXN – o primeiro teve duas temporadas e, o segundo, três. A produtora assinou ainda o "Adotados" para o Investigação Discovery. 

Diretor e produtor Anderson Jesus tem como propósito reativar a esperança de casos ainda não solucionados

Programação 

Agora, novos episódios exclusivos serão produzidos, resgatando também histórias da primeira temporada, produzida em 2015, para entender em que estágios os casos estão atualmente, se houve ou não avanços nas investigações. Para a nova fase do canal, ainda serão gravadas lives com os familiares das vítimas.

"A ideia não é fazer uma nova de episódios no mesmo formato que a gente fazia antes. Serão, na verdade, diferentes formatos de conteúdo dentro do canal. Faremos entrevistas com familiares, lives com especialistas e quatro tipos de programas, que irão abordar os casos de desaparecidos mais famosos do Brasil, os mais famosos do mundo, os casos mais antigos do país e também os mais antigos do mundo. Essas temáticas estarão em quatro programas diferentes, dentro do mesmo canal", esclarece Jesus. 

Temas como progressão fotográfica, que é um trabalho do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) feito pela polícia de São Paulo e no país inteiro, atuando no envelhecimento fotográfico de pessoas desaparecidas, também serão abordados. Nesse sentido, estão previstas entrevistas com especialistas do DHPP, como Sidney Barbosa e Vilson Martins. Darko Hunter, chefe da Divisão de Localização Familiar e Busca por Desaparecidos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, profissional que trabalha procurando por pessoas desaparecidas e identificando-as a partir da observação dos moradores de rua, também participará do canal. 

O canal também tem como foco produzir e divulgar histórias de casos recentes de pessoas desaparecidas – principalmente em famílias humildes e que não têm acesso a tecnologia. A produtora irá atrás destas histórias e disponibilizará o material em formato de vídeo para que essas famílias possam compartilhá-las em suas redes sociais.

Produção 

Esta é uma produção totalmente independente financiada pela TNM.prod e pela Iracema Rosa Filmes, que são as duas produtoras de Anderson Jesus. "Temos uma parceria com a Ponte Jornalismo, mas ela é focada na disseminação e propagação desse conteúdo nas redes. Agora, estamos buscando mais veículos que possam ajudar a disseminar esta iniciativa e que, de alguma forma, também possam fomentar a temática. Deixo em aberto a possibilidade para que empresas, artistas, pessoas da sociedade e até ONGs contribuam com a propagação deste trabalho", reforça. 

Segundo Jesus, o objetivo é dar continuidade ao trabalho que eles vinham fazendo e que é uma demanda dos familiares das pessoas desaparecidas. "É um caminho de esperança que eles têm", diz. "Por dificuldades de levar os projetos para a TV, estamos buscando a internet", explica. 

Cenário 

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, foram registrados casos de 62.857 mil pessoas desaparecidas no país, com cerca de 172 casos acontecendo por dia. Contudo, houve uma queda de 21,6% em relação aos anos de 2019 e 2020. A cidade de São Paulo, por exemplo, possui 18.342 pessoas desaparecidas, sendo o estado com a maior quantidade, seguido por Minas Gerais (6.835) e Rio Grande do Sul (6.202). 

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