No dia 5 de fevereiro, a TV Cultura estreia a primeira produção original do ano. Dividida em dois capítulos, a série "Maguila, um lutador " retrata a carreira e questões que marcaram a vida de Adilson Maguila Rodrigues, um dos esportistas mais populares da história recente. A edição vai ao ar às 20h, na TV Cultura, e a segunda parte, no domingo seguinte, dia 12/2, no mesmo horário.
A série apresenta um registro profundo do sergipano que, até hoje, é o maior boxeador peso-pesado do Brasil e foi um grande fenômeno de audiência na TV brasileira. E também chama atenção para a Encefalopatia Traumática Crônica e os danos causados na vida do boxeador. Esta doença degenerativa é comum a quem sofre pancadas na cabeça e atinge atletas de várias modalidades. Muito estudada nos últimos anos, é apontada como provável diagnóstico de Maguila, que atualmente vive em uma clínica no interior paulista.
Os episódios
"Maguila, um lutador" cobre toda a carreira do esportista que durou 17 anos, de 1983 a 2000. O boxeador viveu o desafio de um início sem recursos, mas passou por cima e acabou indo treinar nos Estados Unidos. O primeiro capítulo retrata justamente o começo, os primeiros treinos na academia de Ralph Zumbano, no centro de São Paulo, as primeiras lutas e a transformação de anônimo em celebridade. A segunda parte se inicia quando, já famoso, Maguila e seu staff decidem partir para a carreira internacional, momento em que estão duas das mais famosas lutas de seu cartel, contra os americanos Evander Holyfield e George Foreman.
O trabalho de reportagem feito pelo jornalista Roberto Salim, que assina o roteiro junto com o editor Bi Ribeiro, revela que sobre o desafio contra o temido Holyfield pairam algumas controvérsias e até suspeitas a respeito da atuação do então treinador de Maguila na época, o americano Ângelo Dundee.
A produção ainda se faz contundente ao expor o risco de morte que o boxeador aceitou ao decidir estender a carreira. E dois outros momentos muito importantes da história do boxeador receberam atenção especial: o duelo contra Edmilson Tonácio, conhecido como o "Rambo de Araguari", em Minas Gerais, e a última luta da carreira, uma dura derrota sofrida para Daniel Frank, em São Paulo, que teve como pano de fundo um imenso sentimento de vingança.