Para AMC e criador de Mad Men, tecnologia e custos viabilizaram formatos complexos

O consumo de conteúdos de TV nunca foi tão alta na história da TV americana, mas também nunca foi tão pulverizada a audiência, em tantos canais. E a compreensão desse fenômeno e de programas de sucesso como Breaking Bad, Mad Men e outras séries que têm como característica comum elencos inicialmente desconhecidos, histórias com tramas mais complexas e indefinição no papel de herois e anti-herois ainda suscita interpretações. No último dia do Cable Show 2014, principal evento de TV por assinatura dos EUA, realizado esta semana, em Los Angeles, Matthew Weiner, produtor executivo e criador da série Mad Men, e Josh Sapan, CEO da AMC (programadora responsável por sua produção e exibição nos EUA) falaram um pouco sobre o significado do sucesso alcançado nos sete anos da série, cujo último capítulo da última temporada está sendo finalizado esta semana.

"O que abriu espaço para séries de sucesso como Mad Men é que o custo de talentos se tornou mais razoável", disse Weiner. "E com a diversificação da audiência, não é mais preciso apelar para a audiência de massa, é possível experimentar mais, e isso tem sido percebido e valorizado pelos anunciantes", disse.  Para ele, esse novo ambiente dá mais liberdade aos criadores. "É uma comunicação de massa, mas que pode ser mais focada. Talvez tenhamos atingido uma massa crítica para isso", diz ele. É um processo que já vem de algum tempo, que começou com a série The Sopranos, e que vem se expandindo. "Racionalmente, Mad Men é uma série de imenso risco, que dificilmente passaria em um focus group. Quando a AMC topou fazer, achei que eles estavam loucos ", disse o produtor.

Já Josh Sapan traz uma outra perspectiva para o sucesso da série e de shows que têm a mesma característica. "Primeiro, acho que quando escrevemos coisas como Mad Men, que têm uma motivação criativa que não vem do mercado, isso tem um resultado único. É uma visão que envolve a audiência", diz ele. "Mas as tecnologias  como o DVR, o on demand, a repetição dos programas em vários horários, tudo isso também ajudou muito porque permitiu que as pessoas pudessem dar mais atenção ao conteúdo, assistissem na hora mais conveniente, pudessem ter uma imersão mais parecida com o cinema, e isso ajuda no sucesso dos formatos mais complexos".

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