Em debates sobre conteúdos 3D realizado no MipTV, que acontece em Cannes, na França, ficou evidente que na área da tecnologia o conteúdo em três dimensões já deu passos significativos, embora ainda haja necessidade de definição de padrões. Falta agora, segundo os especialistas, encontrar os propósitos e novas possibilidades artísticas para o uso do formato, principalmente com o aumento de canais e TV sets 3D. O produtor alemão Erwin M. Schimidt, da Neue Road Movies, que produziu em 2008 seu primeiro filme 3D, observou que o mais importante agora é explorar o lado emocional. “Os independentes terão que apresentar coisas muito originais para conquistar o mercado”.
O francês Peter Angell, consultor independente de 3D, sugeriu que para desenvolver o mercado está na hora de variar também as iniciativas de produção para a televisão, indo além da transmissão de futebol e eventos ao vivo. “A gente não tem muito como saber o que pode acontecer nestes eventos”, explica. “Precisamos avançar para discutir o valor editorial, não só o valor tecnológico do conteúdo. Precisamos experimentar outros gêneros como música, drama, documentário”, diz.
John Cassy, diretor da Sky 3D no Reino Unido, conta que o formato vai muito bem na TV por assinatura para os assinantes que têm TV set compatível. “Com o 3D você conquista a audiência”, afirma.
Duncan Humphreys, diretor criativo de uma produtora e distribuidora inglesa especializada em conteúdo HD e 3D, disse que a empresa também pretende desenvolver outros conteúdos além de eventos ao vivo para suprir as necessidades dos canais 3D que ainda não têm variedade de conteúdo. Eric Klein, CEO do canal HighTV 3D, contou que tem necessidade de programação variada, para diferentes targets e não apenas dos eventos ao vivo de esporte.
Spencer Stephen, chief technology officer da Sony Corporation, apresentou no evento alguns clipes de produção de dramaturgia nos quais a Sony é parceira e afirmou que a Sony busca desenvolver meios de facilitar a produção 3D, para que produtores possam desenvolver conteúdos em três dimensões, com orçamento e tempo de produção mais próximos do 2D.
