Este deveria ser o ano da recuperação para o combalido gigante da mídia AOL Time Warner. Até agora, tem sido um pesadelo.
Só na última semana a empresa fez os seguintes anúncios: perdas de US$ 99 bilhões em 2002, maior prejuízo anual de uma empresa na história dos EUA; demissão de seu conhecido vice-chairman Ted Turner; perda, pela primeira vez em sua história, de assinantes de Internet do America Online (AOL); e finalmente, que sua divisão de TV a cabo pode ter contabilizado erroneamente as receitas recebidas de alguns programadores pela distribuição do sinal como se fossem receitas publicitárias.
É duro de acreditar, mas as coisas podem piorar ainda mais. O provedor AOL promoveu pesadamente nos últimos meses o acesso grátis por um tempo determinado para quem se inscrevesse. Só que esses novos cadastros eram contados como assinantes. Mas os cerca de 100 mil assinantes que o provedor perdeu no último trimestre eram quase todos pagantes. Ou seja: a perda de assinantes pagantes pode ser ainda mais dramática que a perda total de assinantes.
Com tudo isso, o maior problema para a empresa ainda pode ser a saída de Turner, que continua sendo o maior acionista individual da AOL, com 132 milhões de ações. Mesmo saindo de seu cargo executivo, ele manteve seu assento no board da companhia. Enquanto continuar assim, ele tem um limite sobre o número de ações que pode vender, e também não pode se juntar a qualquer tentativa de controlar a empresa ou esforço para comprar partes da AOL. Se ele continuará ou não no board é a questão. O valor de sua parte na empresa já caiu cerca de US$ 6 bilhões, já que a ação passou de um pico de US$ 60 para os apenas US$ 11 da última semana. Turner, que se comprometeu, entre outras coisas, a dar US$ 1 bilhão para as Nações Unidas durante a próxima década, pode ter que vender suas posições para fazer caixa.
Segundo a AOL, seu chairman, Richard Parsons, deve se encontrar com Turner em breve para discutir sua futura relação com a empresa.
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