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Série gaúcha “Filhos da Liberdade” estreia na TV Brasil

(Foto: Divulgação)

A TV Brasil tem apostado em estreias de produções de fora do eixo Rio-São Paulo. Nesta semana, a emissora lança “Se Avexe Não”, série ambientada e gravada em Fortaleza, e “Filhos da Liberdade”, criada, escrita e dirigida por uma mulher negra no Rio Grande do Sul, Mariani Ferreira, em parceria com Fabrício Costa Cantanhede. A série vai ao ar a partir desta sexta-feira, dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, às 21h, na TV Brasil. Ela também será transmitida pela TVE-RS. 

Filmada na região metropolitana de Porto Alegre, “Filhos da Liberdade” conta a história de Amara (Laila Garroni), uma enfermeira mãe solo que tem sua vida transformada ao retornar ao Quilombo do Sopro, lugar onde nasceu e cresceu. Ali, ela precisará se reconectar com as suas raízes ancestrais para salvar a filha Keliane (Isa Xavier). Em meio a sua busca, Amara descobre que pode viajar no tempo, voltando ao ano exato em que o quilombo foi criado, pouco tempo após o Massacre dos Lanceiros Negros, no final da Revolução Farroupilha. Em sua jornada, Amara entenderá como passado, presente e futuro se entrelaçam criando injustiças, e também como desse mesmo entrelace ela poderá encontrar as ferramentas para emancipação do seu povo. 

A produção da Colateral Filmes foi financiada através do Fundo Setorial do Audiovisual por meio do “Edital TVs Públicas” do Governo Federal – concurso que chegou a ser suspenso durante o governo Bolsonaro, mas retomado por conta da mobilização de trabalhadores do setor audiovisual.

Cenário desigual 

Segundo o coletivo Macumba Lab – grupo que reúne profissionais negros do audiovisual no Rio Grande do Sul -,  até 2024 o Estado teve apenas dois longas de ficção dirigidos por pessoas negras, “Um É Pouco, Dois É Bom” (1970), de Odilon Lopes, e “Porto dos Mortos” (2010), de Davi de Oliveira Pinheiro. Em toda sua história, apenas uma mulher preta dirigiu um longa-metragem no Estado, sendo ela Camila de Moraes, com “O Caso do Homem Errado” (2017). Um panorama que mostra a desigualdade no acesso à produção audiovisual no RS. 

Nos últimos anos, com a ampliação de políticas públicas na área e a criação de cotas, o estado viu outros realizadores negros dirigirem seus primeiros curtas-metragens. Entre eles, as premiadas Juliana Balhego (“Quero Ir Para Los Angeles”), Gautier Lee (“Desvirtude”), Kaya Rodrigues (“Pulso”) e Ana Moura (“Flora”). Mas o cenário ainda é desafiador. Além de “Filhos da Liberdade”, em 2024, apenas outras duas séries gaúchas com direção negra chegam às telas: “Centro Liberdade”, co-dirigida por Cleverton Borges, e a animação “Histórias Atrás da Porta”, também dirigida por Mariani Ferreira, ao lado de Gautier Lee e Rodolfo de Castilhos.  

“Avançamos muito nos últimos anos em relação ao cenário que vivíamos há dez anos. Foi um avanço feito com muita luta, mas ainda há muito a ser feito para podermos ter um audiovisual de fato diverso e representativo, não apenas no Rio Grande do Sul, mas no Brasil”, diz Ferreira. 

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