Conspiração: falta de escala aumenta custos de produção

A pequena quantidade de filmes produzidos no País é responsável pelos altos custos pagos na produção. Essa é uma das conclusões da apresentação do produtor e diretor da Conspiração Filmes Leonardo M. de Barros durante painel no III Fórum Brasil de Programação e Produção. Segundo ele, outro problema é a estrutura de financiamento, voltada principalmente aos incentivos fiscais, o que acaba gerando uma preocupação maior das produtoras em correr atrás de receitas que em gerenciar os custos. Finalmente, Barros aponta o problema da pulverização da produção. "A ausência de escala causa um espaçamento enorme da produção. A produtora faz um filme hoje e pode levar meses ou anos para fazer outro. Isso reduz a escala e aumenta os custos. Além disso, produtoras pequenas têm menos poder para conseguir vantagens nos preços", disse.
Barros pregou a criação de consórcios de produção, que teriam maior poder de barganha na negociação por equipamentos e serviços relacionados ao mercado. Para ele, uma parceria entre a TV aberta e a produção independente é fundamental para a criação da industria audiovisual no País. A produção de séries, seriados e telefilmes ajudariam a dar maior volume na produção nacional. Finalmente, Barros cobrou uma ação da Ancine para aproximar radiodifusores e produtores.

Impostos

Na seqüência do painel, representantes de diversos setores da indústria apresentaram suas visões sobre os fatores que aumentam os custos das produções nacionais.
Segundo o diretor geral da área de broadcast da Sony no Brasil, Luiz Padilha, os impostos de importação, que na Europa representam em média 4% dos custos de um produto, podem chegar a 100% no Brasil.
Paulo Sergio Almeida, da Filme B, produtor e diretor de cinema, lembrou o problema dos custos de mídia. "Antes, lançava-se um filme no Brasil por R$ 200 mil. Hoje esse valor só dá para um lançamento na Grande São Paulo", contou.

Mesma história

O diretor geral da Columbia TriStar para a América Latina, Dorien Sutherland, outro debatedor do painel, criticou que em 2002 ainda se discutam "as mesmas questões de praticamente 50 anos atrás" e comprometeu-se a fazer um levantamento de custos de produção da Columbia em outros países.

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