Discovery propõe mais flexibilidade para uso de formatos no cumprimento de cotas

O diretor de produção e desenvolvimento da Discovery, Roberto Martha, enumerou dois pontos que considera ainda problemáticos na regulação do setor e do cumprimento das regras criadas na Lei do SeAC, em debate durante a ABTA 2014 que aconteceu nesta terça, 5. Segundo ele, o período de um ano para que um conteúdo possa cumprir cota de conteúdo nacional nos canais é muito curto. “O fato de um programa cumprir apenas um ano de cota é uma distorção que inibe investimento. Os riscos são altos. Ao assumir o risco, os canais não podem ser penalizados desta forma”, disse. “É desejável que este conteúdo permaneça na grade. A audiência é quem determina esse tempo. Acreditamos que este ponto deva ser revisto”, completou.

O outro ponto citado por Martha foi a impossibilidade de uso de formatos internacionais para cumprir cotas de programação. A rigor, os formatos podem, sim, cumprir cota. No entanto, o detentor dos direitos internacionais precisa liberar o produtor independente brasileiro para vender o conteúdo gerado aqui em outras janelas e territórios, o que quase nunca acontece.

Para Martha, os formatos internacionais, neste momento, poderiam contribuir na formação da indústria. “O formato internacional traz junto uma transferência de conhecimento, com a chegada de um roteirista, produtor ou showrunner. A produtora leva esse conhecimento”, diz.

Segundo a produtora Débora Ivanov, sócia da Gullane Filmes, hoje a maioria das produtoras não tem experiência na produção, sobretudo, dos formatos de realities. No entanto, ela diz que até o momento não houve muitos esforços na criação deste tipo de conteúdo no Brasil. “Será que, observando atentamente, não conseguimos aprender sem ter que importar algo pronto?”, pergunta. “Claro que trabalhar com formatos inéditos é mais arriscado, mas os formatos testados também foram inéditos um dia”, diz.

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