Vencedor de dois prêmios em Sundance, brasileiro "O Território" encerra o Festival É Tudo Verdade

No próximo domingo, dia 10 de abril, o filme"O Território", ganhador dos Prêmios Especial do Júri de Obra Documental e do Público de Documentário na categoria internacional no Festival Sundance de Cinema de 2022 e menção especial do júri na categoria F:ACT no CPH:DOX, Festival Internacional de Documentários de Copenhagen, será exibido pela pela primeira vez no Brasil, na sessão de encerramento do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade. Dirigido pelo estreante Alex Pritz e produzido pelos cineastas nomeados ao Oscar Darren Aronofsky e Sigrid Dyekjaer, em coprodução com o povo indígena Uru-eu-wau-wau, o longa, adquirido pela National Geographic após a premiação em Sundance, retrata a reação contra a ameaça de desmatamento em seu território, invadido por posseiros e agricultores.

Para Alex Pritz, "este filme retrata uma realidade que precisa ser exposta e combatida. Ganhar dois prêmios em Sundance demonstra a potência de 'O Território' e do fato que estamos contando, e isso nos deixa muito orgulhosos. Chegamos agora ao Brasil neste festival tão importante. Tanto eu quanto todos os envolvidos nesta obra estamos muito felizes com a relevância e o alcance que essa produção está adquirindo".

O filme teve também, em março, sua primeira apresentação na Europa, no CPH:DOX, Festival Internacional de Documentários de Copenhagen (Dinamarca), um dos principais eventos de obras de não-ficção do continente, tendo ganhado menção especial do júri do evento na categoria F:ACT, que premia os longa-metragens de caráter jornalístico. A premiére europeia contou, ainda, com uma conversa sobre o impacto do desmatamento da Amazônia no clima e nas populações indígenas com Alex Pritz, Txai Suruí, Bitaté, liderança do povo Uru-eu-wau-wau, coprodutor e um dos personagens principais do longa, e Tangãi Uru-Eu-Wau-Wau, que assina a fotografia junto com Pritz. 

Para Bitaté Uru-eu-wau-wau, produzir "O Território" faz parte da resistência de seu povo: "participar e ser premiado em Sundance mostra que estamos superando uma herança de apagamento e marginalização. Nós já estávamos registrando nossa vida e nosso cotidiano para nos preservar, e agora estamos fazendo estas imagens e essa história chegarem a lugares que nem imaginávamos poder alcançar", conta.

O filme narra as dificuldades do povo Uru-eu-wau-wau, de Rondônia, que tem seu território violado por posseiros, que ocupam e desmatam ilegalmente a terra demarcada, e uma rede de agricultores, que defende a colonização desses locais. A produção mostra como Bitaté Uru-eu-wau-wau e Ari Uru-eu-wau-wau, professor e agente ambiental assassinado em 2020, ao lado de Neidinha Cardozo, ativista ambiental e cofundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, resistem em meio a ameaças pessoais e grilagens ilegais nas terras.

A sessão de "O Território"no É Tudo Verdade acontece no dia 10 de abril, no encerramento do festival, às 20h, no Rio de Janeiro, na Sala 6 do Espaço Itaú de Cinema Botafogo, e no mesmo horário em São Paulo, na Sala 1 do Espaço Itaú de Cinema Augusta. O filme estará no serviço de streaming do É Tudo Verdade Play às 21h. 

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